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domingo, 23 de outubro de 2016

O rio estava cheio de histórias (parte 1)

Ontem voltei de viagem. Atravessei a caatinga do Piauí a Sergipe. Ao todo 4 estados. Tenho para mim que foi uma experiência de beleza e de escimesmamento. E de orgulho e de revolta. Um pouco de cada, na ida e na volta. Muito de alma e coração.

De beleza, a própria caatinga que descansa em um sono de morte na seca. As árvores de galhos retorcidos, os mandacarus imponentes, o pouco verde no meio do cinza e do amarelado da paisagem, os ipês amarelos que tomam o palco todo para si, o gado magro e persistente, o bode, a cabra, o jumento, o cavalo, os riachos secos, os rios temporários- quase perenes em seus desaparecimento-, a lama da água que corria, a poça do que era açude, a palma plantada que sustenta os animais que sobrevivem. O urubu, o carcará. A paca. Os espinheiros. A chuva que assusta a monotonia da paisagem, trazendo o verde aqui e ali. As crianças. As crianças.

Os velhos, as crianças, as mulheres vendendo mel, castanha, milho, siriguela, caju, coco, cebola, muita cebola. O orgulho de vender o pouco do que resta do que produziu. A ansiedade em vender o pouco que resta para não abandonar a terra. A comida caseira na beira da estrada prometendo o lar. O afeto do lar, o aconchego do lar na beira da estrada. 

A lua, as estrelas, o céu. A abóbada celeste mirada e remirada e olhada e reolhada. Espiada. Observada insistentemente pelos agricultores, aqueles ali que estavam à beira da estrada. Os agricultores, as agricultoras alcançam o céu para além do céu dos românticos, dos astronômos, dos astrólogos, das leigas com telescópio em casa, quando contemplam o vasto azul, claro e escuro, lá.

E o rio. O Rio Santo. Curveia qual serpente que traz a vida e a morte a vida e a morte. A vida. Rio verde dividido em seus braços e ilhas, rio azul quando uno. De foz e de represa. Anda de mãos dadas com o destino do sertão, que é Sertão do país. O Rio de energia, das cascatas que produzem luz, do caminho escavado nas rochas, do canion. Rio forte. Rio vagaroso. Rio dos pescadores, das fazendas aquáticas. Rio dos apaixonados. Rio dos profetas. O rio-mar.

Cerrado virando caatinga na estrada

Primeira vez que vejo o Rio São Francisco (cidade de Belém do São Francisco- PE).



O Rio São Francisco em pleno pôr-do-sol.

Super lua em Belém do São Francisco- PE.



Esse lumiar enorme aí do canto direito do casarão é Vênus. O outro lumiar próximo é Júpiter. Foi uma noite especial em Belém do São Francisco- PE.

Igreja em Belém de São Francisco (por acaso uma das cidades onde a novela Velho Chico foi gravada)

Cacto: flor e fruto.

Usina Hidroelétrica de Paulo Afonso, canyon do Rio São Francisco -com ipé amarelo e cachoeira lateral.

Canyon do Rio São Francisco em frente à represa de Paulo Afonso

O arco-íris tocando o chão da caatinga brasileira. <3



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