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sábado, 13 de janeiro de 2024

Demônios- Aluísio de Azevedo & Guazzelli

Reencontrei um velho amigo dos tempos de escola ontem: Aluísio Azevedo. O escritor maranhense, o maior nome brasileiro do naturalismo, deu as caras em uma HQ que escolhi ler para um projeto de verão, o conto Demônios. Foi uma surpresa me deparar com essa obra ilustrada. E, pensando nisso,  concluí que o naturalismo combina demais com a questão imagética. Suas descrições sensoriais só ganharam com as cores do artista Eloar Guazzelli, que leu o conto muito jovem, ainda. Aquelas impressões não devem ter saído do inconsciente de Eloar, que uniu sua imaginação a do antigo escritor e criou uma obra menos perturbadora, que curiosa e bonita. ❤

capa em roxo, cidade de são luis, peixes gigantes flutuando
série clássicos em hq - petrópolis- demônios- aluísio de azevedo & guazzelii


Da minha parte fiquei positivamente surpresa em encontrar tanto subgêneros atuais, fragmentados nesse delírio de Aluízio de Azevedo. Uma boa parte se assemelhou até mesmo com Elantris, do Brando Sanderson! 😇

Psicanálise, biologia, evolução, fantasia, terror, surrealismo, suspense, poesia. Essas são as minhas palavras para esse conto. 

Muito curioso, rápido de ler e eu acredito que inclusive as ilustrações ajudaram bastante a aumentar a dinamicidade do texto, que poderia ser enfadonho para o padrão acelerado contemporâneo. 

Por fim, deixo uma pergunta para você pensar depois que lê-lo: quem são os demônios? 😉

Super recomendado! ✌


Ps. Li Demônios para a Maratona de Leitura de Verão #MLV2024, que é um movimento na comunidade de leitores, criado pelo Victor Almeida, do Canal Geek Freak. Estou gostando de participar porque estou tentando variar um pouco nos gêneros e subgêneros. 💚

Pps. Eu aprendi na escola a chamar Aluísio DE Azevedo, então você viu escrito das duas maneiras, porque não estou aqui para padronizar. Ah! O nome dele todo era Aluísio Tancredo Gonçalves de Azevedo. 

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Black lives matter: a 13ª terceira emenda

Hoje (ontem) eu finalmente assisti o documentário "A 13º emenda", que está disponível na NETFLIX. O doc trata basicamente de como a escravidão ao longo da história americana/estadunidense foi se metamorfoseando em uma continuidade de massacres da população negra do país, mesmo depois da libertação constitucional dos negros. A própria décima terceira emenda já surge como um problema em sua pretensão de generalidade e universalidade- a qual garantiria a liberdade de todos os cidadãos e cidadãs, com exceção dos criminosos. Não é difícil adivinhar qual população tornou-se vulnerável a essa exceção, depois de lançada no mundo "livre" sem dinheiro, sem terra, sem uma política responsável que lhes garantisse a sobrevivência em dignidade. Passando pelo imaginário reforçado do negro criminoso estuprador do cinema do início do século XX, simultaneamente à exaltação da idéia de superioridade racial, alcançando a luta pelos direitos civis, o doc chega ao século XXI, com a intensa discussão sobre a assustadora população carcerária dos Estados Unidos- a maior do mundo- e tenta traçar um encadeamento que deixa claro como o sistema prisional, aplicado sem considerar a questão racial e as questões sociais implicadas, só aprofundou o abismo entre aqueles que são considerados mais humanos e os que ainda não chegaram lá. O título que escolhi para a postagem "Vidas Negras Importam", é o lema de uma das campanhas que ganharam as ruas e as redes sociais, contra o extermínio dos negros, como vocês já devem ter acompanhado pelas redes sociais (caso Fergunson, por exemplo). Assistir esse documentário reforça a nossa constatação de que nosso problema aqui no Brasil é bem mais sério do que a maioria suspeita.


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