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quinta-feira, 2 de janeiro de 2025

Os favoritos de 2024!


Essa postagem é dedicada a Nayara do futuro, que pode querer lembrar que fez essas leituras. Fica também de sugestão, caso você se interesse. 😊

As leituras que mais me marcaram ao longo do ano de 2024! Para uma lista quase completa, é só acessar meu skoob nos lidos do ano passado.

Vamos lá!

💠Memórias de Adriano- Marguerite Yourcenar (março):

Aqui o trabalho excepcional de pesquisa e ambientação histórica e emocional da autora me conquistou quase que imediatamente. Antes, a história de Antinoo brevemente contada por um turista me chamou a atenção do fato de uma pessoa comum, talvez até um servo ou escravo, ter sido elevado à categoria de divindade pelo homem mais poderosos da sua época, tendo seu culto sobrevivido a este imperador. Apesar de ser a peça principal do livro, várias outras características da obra me cativaram. Comentei um pouco a respeito em uma das newsletter de 2024. 

Capa do livro Memórias de Adriano, com uma estátua do imperador

                                            


💠O Som do Rugido da Onça- Micheliny Verunschk (maio/junho):

Esse outro livro que, em poucas páginas, tenta imaginar a jornada e o destino de duas crianças indígenas separadas de seu povo séculos atrás e enviadas como "presente" à nobreza europeia. O fato terrível é apresentado do ponto de vista de uma das crianças e de sua própria cultura. Apesar de tudo, o final coincidiu com meu sentimento ao longo do livro.


A Micheliny ganhou o Jabuti por esse querido aí e ainda o prêmio Oceanos em 2024, pelo Caminhando com os Mortos.

💠Eu que nunca conheci os homens- Jacqueline Harpman (julho):

Eu que não gosto de distopias terminei lendo esta e gostando. É uma ficção científica que propõe alguns exercícios de imaginação sobre um tipo específico de fim do mundo, conduzido pela ótica de um pequeno grupo de mulheres.

Capa do livro: Eu que nunca conheci os homens


💠Admirável Novo Mundo- Bernardo Esteves (agosto/setembro):

Esse eu li simultaneamente ao "Um naturalista no antropoceno" e foi uma decisão feliz. No livro de Bernardo Esteves, conheci mais a respeito da América desde as várias chegadas dos seres humanos, bem antes que qualquer europeu. Os antepassados dos povos indígenas atuais, deixaram marcas e muitas pistas dos desafios que precisaram enfrentar para se adaptarem a esse continente que ficou isolado para humanos por tanto tempo, sendo que já era habitados por inúmeros seres vivos, inclusive a macrofauna famosa dos períodos glaciais. Uma das coisas mais belas que aprendi com essa leitura (e foram muitas), foi que o pequi e nossas palmeiras provavelmente eram semeadas por mamutes, em um processo que você encontra sendo mencionado nos dois livros. 

Capa do livro, editora Companhia das Letras



💠O profeta- Khalil Gibran (fevereiro):

Fiquei feliz de encontrar esse livro do Khalil Gilbran, meio por acaso e bem no início do ano. É o tipo de mensagem poético-profética que cabe bem o espírito dos inícios. Mas também caberia em momentos onde a gente pensa que nada está dando certo. Tenho para mim que é possível visualizar sua abordagem cristã vinda de uma matriz diferente das que estamos acostumadas aqui no Brasil. São tão bonitos paradoxos desafiados, pessoas que não são muito ligadas em religiões organizadas ou mesmo em qualquer uma.

capa de O Profeta, editora mantra


💠Wind And Truth- Brandon Sanderson (novembro/dezembro):

Esse aqui foi meu queridinho altamente esperado. Eu tirei dois anos para me atualizar de todos os livros da Cosmere (ou quase todos, eu nem tenho essa pretensão) para conseguir acompanhar o lançamento do último livro da primeira parte da série de fantasia que mais me entreteve com bastante dignidade. 

O livro é imenso, como 4 anteriores, mas valeu à pena mais uma vez a leitura: construção e expansão de mundo continua sendo a maior marcado autor, as personagens andaram nas jornadas que cabiam  cada uma (fiquemos satisfeitas ou não com isso), momentos engraçados, críticas coloniais disfarçadas, à escravidão e aos abusos de poder, crítica à destruição da natureza, crítica à falta de respeito com povos originários e à relação dos povos com o divino/natureza, crítica aos reis, rainhas e seres divinos quando não assume suas responsabilidades, defesa do amor, da amizade, do sacrifício pelo que é o certo, a preocupação com os traumas sofridos por quem vive de guerra ou em ambiente familiar tóxico, ou a dificuldade de se encaixar em qualquer cultura quando se é um imigrante etc. São muitos temas nessas mais de 1200 páginas (não sei como vai ficar em português).

E se você é fã de O Senhor dos Anéis: vale à pena. Nem que seja aos pouquinhos.

Capa de Wind and Truth, com Dalinar em destaque



💠A série Tudo Pelo Jogo- Nora Sakavic (julho):

Essas duas últimas leituras representam o meu momento: nunca prometi que sempre indicaria literatura certinha e adequada (já passei dessa fase, aliás, lá nos primeiros livros você encontrou uma parte daquela fase que ainda se manifesta...). 😂

Antes de mais nada, vamos aos avisos de gatilho: apesar de ser uma obra +18, e que é avisado lá, é importante saber que em cada um dos 4 livros da série lançados até agora, existem pelo menos 1 ou 2 cenas bastante fortes em termo de violência física, sexual e psicológica, além do uso de drogas lícitas e ilícitas. Afinal de contas, todos os personagens da história vieram de famílias problemáticas e uma boa parte foi abandonado às instituições que deveriam ter cuidado deles, o que não aconteceu. A histórica começa quando eles são recebidos por um técnico de um time, que usa o esporte como forma de recuperação social desses jovens adultos e o foco é o desenvolvimento da relação entre todos, enquanto buscam jogar no pior time de Exy.

É basicamente viciante.

Box com os três primeiros livros

💠Destaque dos quadrinhos: Semantic Error - J. Soori (maio):

Esse aqui eu peguei para ler pela fama: tem anime e uma novelinha curtinha. É romântico, mas não muito (eu ainda tenho um coração) mostra a amizade entre duas pessoas de personalidade completamente opostas: um desses clichês, mas que me divertiu principalmente porque um deles é completamente sem capacidade de trato com as pessoas.

Esse aqui é o livro. O manhwa está em inglês ou em português nas plataformas que você encontra por aí.


Então é isso! Eu poderia fazer mais algumas menções honrosas, mas se você chegou até aqui, bem que você poderia ir lá na página do skoob e conferir os 88 livros que consegui registrar no site. Faltaram alguns, mas poucos, está praticamente tudo lá. Aproveita e me adiciona!

Como meta para 2025 eu só queria ler mais fantasia chinesa. Mas isso vai depender das minhas autoras favoritas liberarem os próximos filhos.👀

Ah! E mais um ano com predominância de mulheres no saldo total. ^^


Feliz 2025, pessoas bonitas! 💗


Ps. Se quiser ajudar o blog ou minha newsletter é só usar os links que aparecem na postagem para adquirir qualquer coisa na amazon, não acrescenta em nada no valor da compra, mas pode vir a me ajudar. 


domingo, 1 de setembro de 2024

Soft, but not available for mistreament (um conto)

as coisas estão ficando super estranhas- é o meu momento*

 

A mulher cética

 

O mundo se torna uma grande repetição de romances românticos entre personagens melosos e possessivos. Os sentimentos são reduzidos àqueles que se encontram nas páginas desses livros e das fanfics feitas sobre esses livros. O número de suicídios e assassinatos por motivo passional se eleva. Suicídios quase sempre duplos, ou triplos, diga-se. 

Como resolver esse caso, que só poderia ser um primo distante e pobre de um enredo de Saramago?

A mulher cética está ali para ajudar. 

Apenas a mulher filha do verdadeiro feminismo do século XX pode resolver o problema e salvar as civilizações humanas de um colapso. 

Se ela chegar a se convencer que isso é algo ruim…

Porque no meio do caminho, ela descobriu que nem todos os grupos humanos haviam sido afetados pela contaminação. E eles não eram céticos.

Isso deixou a mulher cética bastante curiosa - porque ela era cética e não cínica.

Ela compreendeu que as chamadas das redes sociais e os jornais provavelmente tenham sido sensacionalistas quanto ao alcance do problema. O que faz muito sentido, pois o drama faz parte do enredo daquelas histórias.

Preferiu essa explicação a qualquer outra que a fizesse pensar demais nessa questão, o seu ceticismo é bom para poupar ATP.

 

Ou talvez ela tenha depressão.

 

Depois de muitos dias, não se sabe quantos, ela decidiu visitar esses outros humanos que desviavam do padrão.

Spoiler: ela concluiu que o padrão era algo muito relativo.

As ruas não eram das melhores para quem anda à pé, as margens dos rios estavam distantes dos leitos.Havia pouco cimento. A mulher ficou contente de ter vindo com uma bota velha.

Esses foram os melhores lugares que ela foi. Não há registro a respeito dessa experiência na internet.

 

Ela afirma que seus novos conhecidos foram os responsáveis pelos seus passos seguintes.

Foi uma experiência horrorosa. Ela decidiu não descrever o que viu - de propósito.

Nela, ela descobriu que não era assim mais tão cética e que todas essas vivências haviam mudado-lhe. 

Ela havia ido parar em ****. Ali as emoções humanas também estavam em alto volume, como nas civilizações, mas ela nunca havia sentido nenhuma delas antes. Não é que ela não tenha ouvido falar delas, mas ela aprendeu, por repetição, que as ditas cujas haviam sido extintas. 

 

Um lado da mulher feminista sorriu malevolamente. Ela sabia que a mulher cética estava mentindo. 

 

A mulher cética não demorou muito em ****. Ela nem mesmo sabe como conseguiu sair de lá.

Voltou correndo. Mas o ouvido ficou treinado para a histeria das novas emoções. Ela conseguiu lembrar delas, mas preferiria: não.

 

A praga amorosa não retrocedeu. A esperança de parte das pessoas sobre a missão da cética não durou um punhado de dias e na verdade ela logo foi esquecida. Mas o esquecimento deles não fez desaparecer nossa heroína.

 

Ela é que vagava, esquecida de si. Estava quase maltrapilha, o que era algo bom, porque ser ignorada era melhor do que ser notada naquele lugar.

 

A mudança da estrada asfaltada para a estrada de terra, causou o efeito de um despertador distante. A mulher cética percebeu que estava em um território com um cheiro diferente. Melhor. Os melhores lugares estavam de volta.

 

A mulher cética se tornou a mulher cuidada.A mulher cética tornou-se muitas outras mulheres, além da cética, da feminista e da cuidada. Elas viviam juntas. Elas nunca desapareciam. Elas estavam nas outras pessoas e no mundo. E era engraçado, de um jeito triste, olhar pela janela do seu antigo mundo, lugar de pragas estranhas e esquecimentos trágicos. Ainda era o seu mundo, mas agora ele era bem maior do que aquele que haviam lhe postos nas mãos num momento de desespero deles. E o que tinha ela a ver com aquilo? 


Fim da parte 1


suave. mas não disponível a maus-tratos.



 *adaptei do jeito que eu quis

segunda-feira, 12 de outubro de 2020

A bruxa pragmatista: Emily Dickinson e convidadas

O Suplemento Pernambuco foi uma dessas boas descobertas dos anos recentes. Já falei dele antes nas recomendações aqui. Consegui assiná-lo por cerca de um ano e tenho um carinho imenso pelas edições de papel, com aquelas colagens feitas por talentosos artistas no período (2016-2017 ou 2017-2018). Ele tem ainda seu pdf  gratuito.

Lembrei disso, porque uma postagem no Instagram do periódico ontem, me fez rir sozinha. Lá dizia: "toda feiticeira, no fundo, é pragmática", o que me remeteu ao tema da minha dissertação que fala de pragmatismo e traz um pouco de Emily Dickinson, poeta que escreveu dos meus versos favoritos de todos:

Longos anos de distância - não podem fazer
Romper um segundo não podem sequer preencher -
A ausência da Feiticeira não
Anula o feitiço—

As brasas de mil anos
Descobertas pela mão
Que as acariciava quando eram Fogo
Vai se agitar e compreender—

 (tradução minha)

 No original, aqui.

O pragmatismo não é lá benquisto na filosofia, talvez pelo excesso de ceticismo nos fundacionalismos, sem oferecer uma resposta dura e talvez por isso mesmo, ele pareça menos interessado em respostas definitivas. Mas pelo menos ele me permitiu ter bons encontros com autoras e autores interessantes. A gente se diverte com o que pode nesse meio esquisitão.

 No que toca ao que motivou essa postagem, eu acho que as feiticeiras precisavam ser mais pragmáticas, por questão de sobrevivência, ainda que pareçam sempre estar a evocar as essências do mundo. Que mundo, não é mesmo? E aí está um outro segredo da feiticeira: ela parte do mundo em que está, mas quando precisa, assume outro e outro. Até porque eles nascem e morrem, como nós.

Quanto a Louise Glück, eu tinha esquecido que ela foi a ganhadora do Nobel desse ano quando comecei essa postagem, mas não é descaso, foi só esquecimento de gente distraída para conhecimento recém adquirido. Espero que ela seja traduzida logo para o nosso português, daí, quem sabe, quando eu lê-la com mais contexto, esse tipo de gafe não me ocorra. Mas não tenho pressa. O feitiço sabe esperar.

Essa postagem eu dedico à minha amiga Kelly, minha bruxinha favorita. Eu sei que de vez em quando, ela lê esses meus textos.


Aquarela da Malévola feita por mim num papel próprio A5
Malévola, bruxa redimida na cultura pop. Um dos meus estudos de aquarela.



quinta-feira, 20 de junho de 2019

Entrevista: Mauricio Gaia

Retomando as postagens de entrevistas com amigos que trabalham com arte em geral, hoje eu trouxe um convidado especial lá de São Paulo. O produtor cultural Maurício Gaia, que não gosta de ser chamado de Gaia (rs) e que para as amizades é mais conhecido como Mau. 
Jornalista e especialista em mídias digitais, Maurício Gaia, segundo sua descrição no blog Combate Rock, diz crer que "o rock morreu na década de 60 e que hoje é um cadáver insepulto e fétido e que gosta de baião-de-dois". Por esse último apreço, desconfio que o paulista sempre será bem-vindo ao nordeste:
1.       Então, Gaia, queria começar perguntando o que a música significa para você?
Pra começar, Gaia era meu pai. Eu sou Maurício para a geral, Mau para os amigos e Gaia para a moça que imprime meus boletos - aposto que é tuiteira, porque começou a me chamar assim da noite para o dia.

Música é um lugar que nos coloca em lugares que já pudermos ser confortáveis e, ao mesmo tempo, nos levar para outros lugares.  Quando eu escuto, sei lá, o primeiro álbum do Led Zeppelin, eu lembro da primeira que ouvi, em um verão muito, muito quente. Da mesma forma, quando escuto "future Days", do Can, eu me sinto m um lugar onde nunca estive, mas me parece confortável.

Mas a verdade que eu consigo passar alguns dias sem ouvir música, a não ser a trabalho. Música transcende, mas temos que saber o que acontece no mundo :) 

2.       Aproveitando que está acontecendo agora o In-Edit Brasil 2019, conta para a gente como é organizar um evento desse porte?

Não é fácil. Mesmo sem contar com a diretriz do governo atual, que trata o setor de cultura como inimigo, nos últimos anos enfrentamos MUITA dificuldade para conseguir patrocínio - nem dá para dizer que o In-Edit seja um grande (no sentido de estrutura, tamanho, etc) festival de cinema, nao conseguimos fazer que ele seja possível sem leis de incentivo - e a cada ano, vem diminuindo o dinheiro que conseguimos captar.

O fato é que, nos últimos anos fizemos com poucos recursos financeiros e com muita ajuda de amigos parceiros. Se chegamos a 2019, foi por conta disso. Nos próximos anos, não sei como será.

3. Como é ter um programa que fala sobre música transversalmente, mas tendo o rock como ponto de partida (ou de chegada)?

O produto música, de forma geral, perdeu muito do seu valor, e nem digo que isso se deva por conta da internet e sim por outros fatores. Todo mundo amava MTV, mas mesmo lá eles não tinham audiência o suficiente para bancar toda a operação. Como diz o jornalista Ricardo Alexandre, quer perder audiência, só colocar música, ou seja, de cara já saímos perdendo. Quando colocamos rock, que é um gênero que vem perdendo, não só no Brasil, mas como no mundo, nós nos colocamos na terceira divisão do rolê.

Mas, aí falo por mim, e não pelo Marcelo Moreira, meu sócio, meu foco não é só rock, ou pelo menos no que o roqueirão tradicional considera "rock". Dentro do Combate cabe rock e suas derivações, cabe soul, cabe samba, cabe rap, cabe tudo aquilo que é música boa e que tenha um contato com o universo contemporâneo. Já colocamos tanto Dorsal Atlântica como Luiz Melodia e Beth Carvalho. E Fela Kuti. E Ozzy Osbourne cantando com Kim Bassinger. E, se bobearem, coloco Banda de Pífanos de Caruaru. Porque o universo é muito vasto e a música também é.

Viajei.

4.       Conta aqui: quais seus planos para os próximos cinco anos?

Planos? Quais planos? Qualquer plano meu depende de grana e eu nem sei como isso vai ser nos próximos três meses, quiçá cinco anos.


5.       E, finalizando essa entrevista, sugere aí 3 músicas ou bandas para as leitoras e leitores do blog e aproveita e diz quando você vem no Piauí (rs).
três links, sem me preocupar com o tempo
https://open.spotify.com/track/7Dprt8s1FohodJYtCNcM4a?si=Y9hNHqNzS-6ExSmlu4b6nA (pode ser que eu tenha chorado na plataforma de embarque de metrô ouvindo isso)
https://open.spotify.com/track/1Y6Dv0tWYUP3Za2Es9FUL2?si=v7eyh_KvQrmWvYS8Il7gtw - amo hendrix, não é minha música favorita dele, mas mostra o que mais eu gosto nele - as baladas. 

Por mim, iria para o Piaui e pelo Nordeste inteiro, que é o que salva o país, o mais rápido possível, espero que em breve possa ir ao PIAUÍ.

Ps. Como bônus, Maurício Gaia falou um pouco sobre a construção do Combate Rock:

Ele surgiu em 2010, no grupo O Estado. E existiam outras pessoas: além do Marcelo Moreira, que hojé é um dos sócios da holding, tinha o Décio Trujillo, que era editor-chefe do Jornal da Tarde, Daniel Morango, Marcos Burghi, todos eles, juntos com Moreira, vulgo Coxa, colegas de trabalho. 
Eu tinha um podcast, chamado "Noites de Insomnia" - nem o nome foi dado por mim, sim por Carla Coutinho (de quem eu perdi contato, aliás), e o Coxa me pediu ajuda para fazer, gravar podcasts. Foi assim que eu acabei entrando na equipe do Combate - eu gravava, editava e produzia os programas de rádio, que começaram como podcast e depois viraram programas no Território Eldorado. 
Com o fim do "Jornal da Tarde", o grupo Estado disso que gostaria do conteudo, mas sem pagar nada. Aí, levei o projeto ao UOL. Naquele momento, ficamos Marcelo Moreira e eu, e os demais partipantes decidiram ceder a mim e a Moreira o nome Combate Rock - muitos deles participarem de programas já na fase UOL, por absoluta conta e risco deles ) 
Bom, em 2013, levei o projeto para o UOL e, desde então, somos Marcelo Moreira e eu, com o apoio e simpatia de todos os demais que já passaram pelo Combatão das Massas.

E é isso aí! Até a próxima entrevista! <3

Mauricío Gaia, puro estilo em sua blusa de galáxias da Tampa de Crush (Natássia)


segunda-feira, 23 de julho de 2018

Sherlock (a série)

Mês passado parei para assistir a ótima série Sherlock, da BBC, que já está em "cartaz" pelo menos desde julho de 2010. Por que demorei tanto tempo para assistir? Não sei. O fato é que a produção estrelada pelos premiados Benedict Cumberbatch (Sherlock Holmes) e Martin Freeman (John Watson) e ambientada não num distante século XIX, mas num atual século XXI, me cativou imediatamente. 

Adaptando personagens, lugares e casos retirados do cânone de Sir Arthur Conan Doyle, a série, com uma dinâmica mais acelerada que a das páginas do livro, consegue em um pouco mais de uma hora em cada capítulo, apresentar, em casos que beiram ao bizarro, a genialidade do detetive consultor- segundo a personagem, o único do mundo. Lá  ele é retratado como um sociopata altamente funcional, auxiliado pela lealdade e a coragem do ex-soldado da Guerra do Afeganistão e médico, dr. John Watson. 

Até agora tivemos 4 temporadas, em oito anos. Diferentemente de outras séries, parece que a BBC preferiu apostar em mini-filmes por capítulos, três em cada ano da produção (mais o capítulo especial entre a terceira e quarta), do que estender por inúmeros capítulos curtos- levando em conta que os atores estão no centro de produções hollywoodianas e é uma verdadeira ginástica fazer coincidir suas agendas, além da própria produção estar envolvida em outros trabalhos, como as últimas temporadas de icônico Dr. Who. Como devem ter feito as contas, nem todo anos tivemos uma temporada e nem se sabe no momento quando ou se ela retornará.

Com a habilidade de um roteiro que consegue prender nossa atenção na apresentação dos casos, a história trata principalmente da relação de amizade entre os dois homens. A sintonia é tanta que eventualmente terceiros o tratam como um casal (na série), o que é sempre veementemente rebatido pelo John Watson de Freeman- fazendo parte do fandom lamentar. Também há o desafio do médico e das outras personagens em manter a afeição pelo detetive, mesmo quando ele vibra diante de um assassinato, ignora as necessidades das outras pessoas ao seu redor- enquanto espera ter todos os seus desejos atendidos-, ou some por anos sem dar satisfação, o que Cumberbatch interpreta de um modo, a meu ver, carismático. 

Deve dar um grande alívio aos ingleses, saber que a Scotland Yard e até mesmo os MI5 e MI6 podem contar com Sherlock Holmes e John Watson, na rua Baker, 221B, de Londres.

Quanto a mim, aproveitei minha recente obsessão para adquirir o box completo dos livros de Doyle sobre o detetive e os mangás publicados em português pela Planet. Também comecei a assistir Elementary, uma outra produção sobre o detetive, mas que apresenta Watson como uma mulher. 

Agora só me faltam o chapéu deerstalker e o cachimbo. 


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