REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS QUE INSPIRAM A MINHA LEITURA DE TARÔ
Joseph Campbell: os 4
volumes da mitologia e o poder do Mito. O poder do mito (a longa entrevista).
Bachelard: todos da fase
noturna do filósofo.
Warat: para quem tem uma
formação mais burocrática, como eu, inicialmente pode precisar de uma leitura
como as obras do Warat como “A ciência jurídica e seus dois maridos”, para se
soltar, lembrar que o mundo pode ser mais desejante e voltar a sonhar, mesmo em
lugares inóspitos.
Simbolismo e poesia em geral:
se você pensar bem, suas aulas de simbolismo já davam uma dica que interpretar
por analogia e associação, bem como deixar a imaginação vagar pode dar bons
resultados. Particularmente o Cruz e Souza, poeta maranhense e o Da Costa e
Silva, piauiense com seu Zodíaco, podem dar uma mão. Eu acrescentaria o Mario
Faustino, que não é simbolista, mas inspira num sentido interessante para o
tarô. Poesia em geral, quando você segue a regra da entrega absoluta ao autor,
pelo menos na primeira leitura, é um meio muito eficiente de estimular a
sensibilidade aos símbolos do jogo.
Jung: É o fundamento
racional principal junto com o Campbell, no meu caso. Não gosto de usar esse
tipo de justificativa, porque não é meu desejo transformar o tarô em uma
pesquisa acadêmica. É uma prática intuitiva, de imaginação e de alteridade. Mas
o Jung pesquisou tanta coisa que é ignorada pela academia desde a época dele,
que quem trabalha com imaginário e sonhos pode muito bem aproveitar para usos
práticos. O livro a respeito inconsciente coletivo e os arquétipos dele me ajudou
bastante, porque traz vários desses modelos gerais da humanidade que surgem em
fábulas, religiões, mitologia, sonhos e manifestações do inconsciente em termos
vários, que se manifestam em técnicas como o tarô, também. Os livros deles a
respeito de alquimia, que na minha opinião são os mais difíceis, são
interessantes pelas imagens que sugerem e pela pesquisa histórica.
Clarissa Pinkolas Éstes: O
livro Mulheres que Correm com os Lobos e suas histórias bem narradas e aprofundadas
nos comentários da autora psicanalista e catadora de histórias ancestrais,
ajuda-nos a projetar mais longe tanto os personagens que surgem nas cartas,
como a própria narrativa da vida do consulente. Além de ser uma excelente ferramenta
de auto descobrimento, especialmente para as mulheres, as grandes guardiãs da
arte do tarô ao longo dos séculos.
Marion Zimmer Braddley: não
vou negar a influência da Marion, apesar de algumas ressalvas atuais. Seu As
Brumas de Avalon e as demais obras que narram a vida das sacerdotisas que
aparecem em muitas versões do tarô ajudam-nos a imaginar a velha, a donzela, o
velho, o sábio, a rainha, o rei e toda a sorte de imagens relacionadas a uma
corte real envolvida com magia, que é, por exemplo um tema tradicional do tarô como
o de Marselha. Passei anos encantada com a obra dela e sua versão da lenda do
Rei Arthur.
Cecília Meirelles: eu
entendo que a linguagem que a Cecilia Meirelles (neossimbolista) adota em muitos
dos seus poemas, ajudam na leitura do simbólico contido no baralho. Ela me inspira
na poesia, além do deleite- eu não leio poesia visando nada além de ler a
poesia, mas que bom que veio esse bônus e posso compartilhar.
Por acaso, o meu estilo de
poesia evoca o simbólico, a natureza e as emoções, todos artigos muito caros para
quem lida com o tarô. Se você quiser dar uma olhada, é só correr os olhos no
blog. Eu aposto que quase toda taróloga ou todo tarólogo é, no fundo uma poeta,
um poeta.
Por falar em bônus e em
natureza: livros que evoquem nosso contato com os elementos naturais são
interessantes. Talvez o Bachelard ajude nisso, mas também o Walt Whitman, a
Emily Dickinson e o Thoreau contribuam em construir uma boa atmosfera interior
para quem não teve esse contato direto com a natureza, ou quem, como eu
mencionei antes, está com uma formação mais enrijecida, meio “cartesiana”. Se
você já tem um contato profundo com essa natureza não humana, aproveite, pois
ela é uma biblioteca espontânea do imaginário e do sensível que importa para o
tarô, a sensibilidade para perceber e ampliar essa percepção da vida em seus
ciclos são fundamentais para essa arte.
A internet está cheia de sites com
modelos de baralhos e de jogos, você pode recorrer a vários deles, como eu faço
e aprender, treinando com o que mais se identificar.
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Carta da Cavaleira, naipe de copas, tarô cigano. |