Mostrando postagens com marcador Emily Dickinson. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Emily Dickinson. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 3 de maio de 2022

Journaling: Emily Dickinson

  

🕮 Journaling 🖊


 Na última folha do diário eu tive um pouco mais de paciência e enfeitei mais com poemas e umas aquarelinhas. Emily Dickinson é a referência de tudo aí. Um dos poemas:

Bem pouco a fazer tem o pasto:

Reino de irrestrito verde,

Só tem borboletas para criar,

E abelhas para entreter-

Odilon Redon- Cinco Borboletas

 

Dicas para começar um diário ou incrementar o que já existe: 

Um diário como ASMR https://youtu.be/3XPf7RNgd0s

Um diário com tutorial de desenhos simples de plantas

https://youtu.be/3tKo1kqMfJY




segunda-feira, 12 de outubro de 2020

A bruxa pragmatista: Emily Dickinson e convidadas

O Suplemento Pernambuco foi uma dessas boas descobertas dos anos recentes. Já falei dele antes nas recomendações aqui. Consegui assiná-lo por cerca de um ano e tenho um carinho imenso pelas edições de papel, com aquelas colagens feitas por talentosos artistas no período (2016-2017 ou 2017-2018). Ele tem ainda seu pdf  gratuito.

Lembrei disso, porque uma postagem no Instagram do periódico ontem, me fez rir sozinha. Lá dizia: "toda feiticeira, no fundo, é pragmática", o que me remeteu ao tema da minha dissertação que fala de pragmatismo e traz um pouco de Emily Dickinson, poeta que escreveu dos meus versos favoritos de todos:

Longos anos de distância - não podem fazer
Romper um segundo não podem sequer preencher -
A ausência da Feiticeira não
Anula o feitiço—

As brasas de mil anos
Descobertas pela mão
Que as acariciava quando eram Fogo
Vai se agitar e compreender—

 (tradução minha)

 No original, aqui.

O pragmatismo não é lá benquisto na filosofia, talvez pelo excesso de ceticismo nos fundacionalismos, sem oferecer uma resposta dura e talvez por isso mesmo, ele pareça menos interessado em respostas definitivas. Mas pelo menos ele me permitiu ter bons encontros com autoras e autores interessantes. A gente se diverte com o que pode nesse meio esquisitão.

 No que toca ao que motivou essa postagem, eu acho que as feiticeiras precisavam ser mais pragmáticas, por questão de sobrevivência, ainda que pareçam sempre estar a evocar as essências do mundo. Que mundo, não é mesmo? E aí está um outro segredo da feiticeira: ela parte do mundo em que está, mas quando precisa, assume outro e outro. Até porque eles nascem e morrem, como nós.

Quanto a Louise Glück, eu tinha esquecido que ela foi a ganhadora do Nobel desse ano quando comecei essa postagem, mas não é descaso, foi só esquecimento de gente distraída para conhecimento recém adquirido. Espero que ela seja traduzida logo para o nosso português, daí, quem sabe, quando eu lê-la com mais contexto, esse tipo de gafe não me ocorra. Mas não tenho pressa. O feitiço sabe esperar.

Essa postagem eu dedico à minha amiga Kelly, minha bruxinha favorita. Eu sei que de vez em quando, ela lê esses meus textos.


Aquarela da Malévola feita por mim num papel próprio A5
Malévola, bruxa redimida na cultura pop. Um dos meus estudos de aquarela.



quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

Tarô e bibliografia particular


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS QUE INSPIRAM A MINHA LEITURA DE TARÔ

Joseph Campbell: os 4 volumes da mitologia e o poder do Mito. O poder do mito (a longa entrevista).
Bachelard: todos da fase noturna do filósofo.
Warat: para quem tem uma formação mais burocrática, como eu, inicialmente pode precisar de uma leitura como as obras do Warat como “A ciência jurídica e seus dois maridos”, para se soltar, lembrar que o mundo pode ser mais desejante e voltar a sonhar, mesmo em lugares inóspitos.
Simbolismo e poesia em geral: se você pensar bem, suas aulas de simbolismo já davam uma dica que interpretar por analogia e associação, bem como deixar a imaginação vagar pode dar bons resultados. Particularmente o Cruz e Souza, poeta maranhense e o Da Costa e Silva, piauiense com seu Zodíaco, podem dar uma mão. Eu acrescentaria o Mario Faustino, que não é simbolista, mas inspira num sentido interessante para o tarô. Poesia em geral, quando você segue a regra da entrega absoluta ao autor, pelo menos na primeira leitura, é um meio muito eficiente de estimular a sensibilidade aos símbolos do jogo.
Jung: É o fundamento racional principal junto com o Campbell, no meu caso. Não gosto de usar esse tipo de justificativa, porque não é meu desejo transformar o tarô em uma pesquisa acadêmica. É uma prática intuitiva, de imaginação e de alteridade. Mas o Jung pesquisou tanta coisa que é ignorada pela academia desde a época dele, que quem trabalha com imaginário e sonhos pode muito bem aproveitar para usos práticos. O livro a respeito inconsciente coletivo e os arquétipos dele me ajudou bastante, porque traz vários desses modelos gerais da humanidade que surgem em fábulas, religiões, mitologia, sonhos e manifestações do inconsciente em termos vários, que se manifestam em técnicas como o tarô, também. Os livros deles a respeito de alquimia, que na minha opinião são os mais difíceis, são interessantes pelas imagens que sugerem e pela pesquisa histórica.
Clarissa Pinkolas Éstes: O livro Mulheres que Correm com os Lobos e suas histórias bem narradas e aprofundadas nos comentários da autora psicanalista e catadora de histórias ancestrais, ajuda-nos a projetar mais longe tanto os personagens que surgem nas cartas, como a própria narrativa da vida do consulente. Além de ser uma excelente ferramenta de auto descobrimento, especialmente para as mulheres, as grandes guardiãs da arte do tarô ao longo dos séculos.
Marion Zimmer Braddley: não vou negar a influência da Marion, apesar de algumas ressalvas atuais. Seu As Brumas de Avalon e as demais obras que narram a vida das sacerdotisas que aparecem em muitas versões do tarô ajudam-nos a imaginar a velha, a donzela, o velho, o sábio, a rainha, o rei e toda a sorte de imagens relacionadas a uma corte real envolvida com magia, que é, por exemplo um tema tradicional do tarô como o de Marselha. Passei anos encantada com a obra dela e sua versão da lenda do Rei Arthur.
Cecília Meirelles: eu entendo que a linguagem que a Cecilia Meirelles (neossimbolista) adota em muitos dos seus poemas, ajudam na leitura do simbólico contido no baralho. Ela me inspira na poesia, além do deleite- eu não leio poesia visando nada além de ler a poesia, mas que bom que veio esse bônus e posso compartilhar.
Por acaso, o meu estilo de poesia evoca o simbólico, a natureza e as emoções, todos artigos muito caros para quem lida com o tarô. Se você quiser dar uma olhada, é só correr os olhos no blog. Eu aposto que quase toda taróloga ou todo tarólogo é, no fundo uma poeta, um poeta.
Por falar em bônus e em natureza: livros que evoquem nosso contato com os elementos naturais são interessantes. Talvez o Bachelard ajude nisso, mas também o Walt Whitman, a Emily Dickinson e o Thoreau contribuam em construir uma boa atmosfera interior para quem não teve esse contato direto com a natureza, ou quem, como eu mencionei antes, está com uma formação mais enrijecida, meio “cartesiana”. Se você já tem um contato profundo com essa natureza não humana, aproveite, pois ela é uma biblioteca espontânea do imaginário e do sensível que importa para o tarô, a sensibilidade para perceber e ampliar essa percepção da vida em seus ciclos são fundamentais para essa arte.
A internet está cheia de sites com modelos de baralhos e de jogos, você pode recorrer a vários deles, como eu faço e aprender, treinando com o que mais se identificar.

Carta da Cavaleira, naipe de copas, tarô cigano.


segunda-feira, 26 de junho de 2017

Li outro dia






Li outro dia, num livro de poesia que: “a ausência do feiticeiro, não desfaz o feitiço”.
Fiquei contente em lembrar desses versos de Dickinson
-era dela o livro.
Revelou-me mais do que pedi
e agora sim entendo esse mundo etéreo em que me meti.
Se as abelhas e as correntes de ar lhes falavam dois séculos atrás,
por que não esses nossos códigos virtuais?

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

O fluxo e o riacho


And nobody knows, so still it flows,
That any brook is there;
And yet your little draught of life
Is daily drunken there.

flow (quando tirei esta foto eu já estava em fluxo, o que foi uma pena)

AS MAIS LIDAS