Mostrando postagens com marcador palavra. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador palavra. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 13 de abril de 2020

Cozimento


Eu disse a ele:

- Não fale nada agora
suas palavras não estão prontas
o forno só está morno
e a paciência é tempero raro
convém aproveitá-lo
para termos uma boa refeição
sopa e pão
bolo recheado e felação
é preciso algum esforço
desacelerar o ato
nheeeeeec nheeeeeec
a altercação
paaaf
o prato exigente
triiiick triiiiick
agora sim
tudo vai se encaixar
experimenta aqui um pouco?


Um prato azul de sopa e um pão 

sábado, 29 de fevereiro de 2020

O risco da escrita

Você tem que ter sorte de escrever algo que, depois que o contexto se esvair, o escrito repouse esquecido, ou que encontre leitores sensíveis que se permitam afetar por algo que ainda não entendem bem do que se trata. É claro que sempre o pior pode acontecer, como aparecerem hordas destroçando suas palavras, para grudá-las à força num cenário para o qual não foram feitas. 
Há sempre esse risco. 

terça-feira, 17 de dezembro de 2019

Sumo azul que escorre

Há um sumo azul neon 
A ser colhido na escura noite  

Ando sendo embalsamada
Num sono persistente 
Noite esticada por dias 
Corpo embolado, rolando 
Feito vaga, boneca de pano maltrapilha,
Bola de feno de Western movie,
Sonambulando 
Um nada zen 

quem sabe num dia azul acordo

terça-feira, 19 de novembro de 2019

Faísca- eu e sylvia plath

Compartilho com as amigas e os amigos a versão virtual do meu zine Faísca, que criei, na vontade de me misturar um pouco com uma escritora que curto, que é a Sylvia Plath. Um brinquedo meu.

Quem sabe ele aparece por aí na versão de papel, para além do original, que está aqui guardado. rs

É só clicar no link que segue ou na imagem: https://issuu.com/naybsousa/docs/fa_sca-_pdf

https://issuu.com/naybsousa/docs/fa_sca-_pdf
print da página da ISSUU, site que publica revistas online

domingo, 6 de outubro de 2019

Estou doente porque a palavra está doente

Estou doente porque a palavra está doente
Tento esquivar-me, esconder-me, calar-me
Sinto-me caçada pela doença da palavra
Entro num beco escuro
Refugio-me na sombra
Tento respirar mais baixo
Para não lhe chamar a atenção

Acamada, finjo que durmo, quando vens me visitar
Pinto, fotografo, escrevo versos em outras línguas, compartilho experimentos oníricos e planto sementes andinas.
Agarro isso num feixe, meu patuá, contra a sua palavra adoentada. 
 
Lilo para quebrar o meu drama

AS MAIS LIDAS