Essa é a mostrar a segunda parte da lista de livros leves sugeridos por minha amiga Heci Candiani. A primeira parte você pode encontrar aqui. Vamos lá, que aqui tem mais preciosidades!
A capa mais bonita é da versão em espanhol |
"Fala, amendoeira é uma reunião de 44 crônicas originalmente publicadas no jornal Correio da Manhã, em que o poeta mantinha uma coluna desde 1954. Em texto introdutório, Drummond escreve na abertura uma espécie de tratado do gênero: “Este ofício de rabiscar sobre as coisas do tempo exige que prestemos alguma atenção à natureza — essa natureza que não presta atenção em nós. Abrindo a janela matinal, o cronista reparou no firmamento, que seria de uma safira impecável se não houvesse a longa barra de névoa a toldar a linha entre o céu e o chão — nevoa baixa e seca, hostil aos aviões. [...]”. Porque a crônica vive em grande parte desses contrastes, daquilo que poderia ter sido (antigamente, num tempo ameno, na infância do autor, numa era de ouro) e aquilo que de fato é (a vida em cidades que crescem e se transformam desordenadamente, o próprio envelhecimento do autor, as atordoantes mudanças de costumes a cada passagem de geração)."
Publicado em 1995, com 76 páginas. |
"Resenha especializada A Taba:
Este é um livro de memórias da infância de Bartolomeu Campos Queirós (1944-212). Com a linguagem poética e sensível que caracteriza o estilo do autor, um menino conta o tempo em que viveu com os avós, na rua da Paciência, numa cidade do interior. É o olhar do avô Joaquim, pai de seu pai, que o menino tenta reavivar, mas é também o seu olhar que é buscado com tudo o que ele não compreendia ou com seu entendimento concreto das metáforas, dos provérbios e das falas que os adultos deixavam subentendidas. O avô era um homem especial que escrevia as histórias de família, de casa e da vizinhança, seus pensamentos e aforismos nas paredes de sua residência. Enquanto o avô escrevia, o neto imaginava e se perguntava a partir dos seus escritos. Este é um relato comovente, íntimo, cheio de pequenos silêncios e graças sobre a cumplicidade e a solidão que perpassam as gerações."
O livro traz capítulos quase contos que levam leitores juntinhos de volta à infância. Não só as grandes livrarias, mas muitos blogs voltados para os mais jovens, trazem o livro em suas páginas de sugestões. O blog A Taba, aposta na obra e é de lá que veio a resenha escolhida:
"O menino no espelho, de Fernando Sabino, narra as aventuras e fantasias da infância do escritor em Belo Horizonte. Ilustrado por Carlos Scliar, o romance é recheado de cenas prodigiosas, a começar pelo primeiro capítulo, quando o narrador relata como conseguiu livrar a galinha de estimação de se tornar o almoço de domingo. Dono de uma imaginação criativa, o garoto é estimulado pelos acontecimentos ao redor e levado às mais atrevidas brincadeiras. Certa vez, após assistir ao filme no cinema, ele deseja realizar vários milagres a exemplo do ator da história. Assim, é capaz de se tornar invisível e assustar os adultos da casa. Também é por um milagre que consegue interagir com os heróis preferidos, como Tarzan e as personagens do Sítio do Pica-Pau Amarelo. Mas nem todas as travessuras são bem sucedidas e algumas confusões acabam acontecendo, como a investigação da qual participa: a invasão da casa abandonada pela sociedade secreta Olho de Gato. Ora com humor, ora com poesia, a obra transporta o leitor aos momentos mais deliciosos da infância."
Nestes fragmentos de memórias, Lygia Fagundes Telles passa a limpo momentos decisivos de sua formação literária e humana. Encontros com personalidades se entremeiam com reflexões sobre o ofício do escritor e a condição da mulher no mundo contemporâneo. Posfácio de Alberto da Costa e Silva.
Aqui, Lygia Fagundes Telles compartilha conosco um tanto da sua biografia, devidamente refletida, especialmente no que diz respeito ao ato de escrever, o ser mulher e mesmo os encontros marcantes que aconteceram. O posfácio da edição que aparece na imagem, ficou por conta de Alberto da Costa e Silva (por acaso filho de um dos poetas piauienses que me formou, rs).
A respeito dos encontros importantes, o resenha da editora (a Companhia das Letras), destaca nomes de pouco vulto (ironia). Já pode colocar aí no seu carrinho de compra:
“Das conversas com Simone de Beauvoir e Jean-Paul Sartre às visitas a Jorge Amado e Zélia Gattai, da amizade com Hilda Hilst a um estranho diálogo com Jorge Luis Borges, passando por uma entrevista concedida à amiga Clarice Lispector, a autora passa em revista momentos que enriqueceram sua sensibilidade artística e sua visão de mundo.”
Como último livro da linda lista que Heci nos presenteou, vem o Senhor Augustin, de Ingo Schulze, publicado pela bela e extinta Cosac Naif. Um livro para os pequenos, mas que pode sim encher o coração de qualquer uma e qualquer um. Fiquei feliz em saber que o autor nos leva a prestar atenção no processo de envelhecimento, a partir do jeitinho peculiar do Senhor Augustin. O livro pode ser encontrado em livrarias e em sebos, inclusive on-line. Segue a resenha que encontrei em um volume na Estante Virtual.
"Ingo Schulze é mais um exemplo de autor consagrado que também escreve obras primorosas para os pequenos leitores. Neste livro, ele utiliza toda sua habilidade literária para abordar o tema da velhice, contando a história de um personagem bem inusitado: o senhor Augustin, que com o seu inseparável chapéu às vezes confunde o guarda-chuva com o cabo da vassoura, usa um sapato diferente em cada pé e acaba sendo motivo de chacota das crianças. Com texto sutil e irônico, Schulze demonstra como pode ser muito solitário envelhecer, se não houver solidariedade e consideração dos mais jovens. As alegres ilustrações de Julia Penndorf, combinam cores vibrantes com colagens de diferentes tipos de papéis. A edição brasileira traz dois textos escritos especialmente para o volume: uma carta inédita do autor que revela como surgiu a ideia para o livro e a quarta capa Thiago de Mello, que se emocionou com a história de Schulz."
Ps. Apesar dos links que coloco, eu não ganho nada com a divulgação. Se fosse o caso, eu avisaria antes.