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quarta-feira, 7 de junho de 2023

página do diário: as morsas

 

ícaro do chagall

Aqueles corpos imenso caindo do céu, não eram bailarinas, nem anjos, eram bebês e meus irmãos, que não sabiam que suas decisões não estavam mais mediadas por um deus bondoso, com presas imensas e muito tecido adiposo, mas sim por um vazio conjurado por uma entidade maléfica, despertada pelo mais egoísta dos seres: o homem branco capitalista que apostou tudo no petróleo 50 anos atrás, convencendo a sua própria espécie por bem ou por mal. (Sobre a queda das morsas)  


domingo, 3 de julho de 2022

Sobre amizades não-humanas: Josefina

 


hoje eu trouxe uma convidada diferente. a ficha com informações importantes sobre minha grande amiga felina. segue, abaixo, o que todo mundo precisa saber sobre a diva de um olho só.


Ficha: Josefina


josefina olhando muito atenta para minha mão tirando foto com o celular


NOME:   JOSEFINA/ FINA 👑

ESPÉCIE: GATA SRD 🐈

IDADE: 7 ANOS (favor não espalhar)


DIVERSÃO: PROVOCAR OS CACHORROS DA CASA, DESTRUIR O SOFÁ, FOFOCA. 👀👂

Josefina experimentando Dora, ainda filhote, que levou e ainda leva muitos tapinhas quando a senhora de cima está mal humorada.

ATIVIDADE PRINCIPAL: DORMIR NO NICHO DO RACK DERRUBANDO OS LIVROS E QUEBRANDO VASOS COMO O DA IMAGEM. 📚🐱🚨

josefina dormindo em cima das minhas revistas culturais, encostada no vasinho de mamis que depois foi quebrado- e depois colado de novo


QUALIDADE: EM GERAL, BOAZINHA QUANDO ALIMENTADA. TER NOS ESCOLHIDO SURGINDO DO NADA NO TELHADO DA LAVANDERIA. 💗😽🏠

foco no focinho branco embaixo, nariz rosa e pelo do restante do rosto rajado da gatinha. uma patinha fofinha em destaque.


DEFEITO: UMA CAPETA INQUIETA QUANDO NÃO RECEBE RAÇÃO NA HORA QUE ELA QUER (ela me morde e me dá tapa, gente! kkkkk) 💢😾💫

josefina em cima da estante, fuçando nas minhas caixas com material de arte e papelaria 



e por enquanto é isso. amo demais essa gatinha. 💕😸💁



josefina dormindo em cima de um livro cheio de borboletas preto e brancas

segunda-feira, 20 de abril de 2020

Nota a respeito da delicadeza

É incrível que, num mundo extremamente duro, seres delicadíssimos persistam!



asa de borboleta em bolso translúcido de agenda

quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

Conversa com Blake

Toda noite e toda manhã
Algo de miserável nasce bom
Cada manhã e cada noite
Algo de bom nasce da doce pernoite
Algo de bom que nasce da eterna noite*



*Tradução adaptada e alterada de propósito, como é de praxe aqui.

sexta-feira, 12 de julho de 2019

A galinha gigante

A galinha gigante d'O Filho de Mil Homens poderia ter outro destino que não a panela. Façamos de conta que ela, sendo uma galinha gigante, detinha poderes especiais para atravessar as dimensões. Bicando aqui e ali, acabou rasgando a página certa do livro, aterrissando em outra fábula: a Terra Brasilis. Bicando tudo que é porcaria no chão, acabou engolindo o presidente do país, seus filhos e todo mundo por perto deles. A pobre galinha não teve culpa, aqueles sujeitos realmente pareciam com sua ração. Mais tarde, amuada porque alguma coisa não ia bem no intestino, esperou quietinha, debaixo de uma árvore, a comidinha assentar. No dia seguinte, a galinha, já boa da saúde, continuou a ciscar por aí, soltando um cocozinho molhado aqui e acolá, reciclando e renovando a vida, esse trem bão de nosso Deus!

aquarela de uma galinha

terça-feira, 8 de janeiro de 2019

Extintos


 
Gritador do Nordeste

Ontem fui dormir triste. Li numa página da internet que nosso país perdeu dois passarinhos. Para sempre. O gritador-do-nordeste e o limpa-folha foram extintas em 2018, de acordo com a Bird Life Internacional. Ambos endêmicos do nordeste, da ameaçada região de Mata Atlântica remanescente entre Alagoas e Pernambuco. 

Acordei no dia seguinte e vi mais notícias a respeito. No mesmo estudo, ainda temos a confirmação do desaparecimento de espécies conhecidas:

“Ararinha-azul (Cyanopsitta spixii): que agora passa à categoria de ‘Extinta na natureza’. A data estimada da extinção, calculada pela época em que um indivíduo da espécie foi observado pela última vez por um ornitólogo, é o ano de 2000;

Caburé-de-pernambuco (Glaucidium mooreorum): ‘Extinta’ desde 2001

Gritador-do-nordeste (Cichlocolaptes mazarbarnetti): ‘Extinta’ desde 2007

Limpa-folha-do-nordeste (Philydor novaesi): ‘Extinta’ desde 2011

Arara-azul-pequena (Anodorhynchus glaucus): ‘Possivelmente extinta’ desde 1998”

O desaparecimento dessas espécies está diretamente ligado ao desrespeito ao seu habitat natural, invadido pela urbanização e agronegócio. É inconcebível que essas atividades continuem acontecendo sem qualquer respeito pela vida já existente ali e ainda por cima venha um presidente eleito mentir que existe uma indústria da multa. Se houvesse, certamente esse desastre ecológico não teria acontecido.

“Em razão desse cuidado e da falta de regularidade nas observações – que depende da existência de recursos e demais condições de pesquisa em cada país – é comum que uma espécie leve mais tempo para ser declarada extinta, mesmo sem ter sido vista durante décadas.” Ou seja, as espécies vão enfrentar mais um problema: o descaso explícito do governo, que fantasia a injustiça cometida contra desmatadores e caçadores. Stuart Butchart, diretor da Birdlife Internacional, afirma que: “Nossas evidências mostram que há uma onda crescente de extinções se espalhando pelo continente, causada pela perda de habitat devido à agricultura, drenagem e extração de madeira insustentáveis.”

Aqui no país, de quase 2000 espécies de aves, 173 delas estão ameaçadas. Apesar dos esforços de pesquisadores, o cenário não é dos melhores.


Ps. A melhor matéria que li sobre isso foi a do Nexo Jornal, do qual eu retirei os excertos mencionados.

domingo, 23 de outubro de 2016

O rio estava cheio de histórias (parte 1)

Ontem voltei de viagem. Atravessei a caatinga do Piauí a Sergipe. Ao todo 4 estados. Tenho para mim que foi uma experiência de beleza e de escimesmamento. E de orgulho e de revolta. Um pouco de cada, na ida e na volta. Muito de alma e coração.

De beleza, a própria caatinga que descansa em um sono de morte na seca. As árvores de galhos retorcidos, os mandacarus imponentes, o pouco verde no meio do cinza e do amarelado da paisagem, os ipês amarelos que tomam o palco todo para si, o gado magro e persistente, o bode, a cabra, o jumento, o cavalo, os riachos secos, os rios temporários- quase perenes em seus desaparecimento-, a lama da água que corria, a poça do que era açude, a palma plantada que sustenta os animais que sobrevivem. O urubu, o carcará. A paca. Os espinheiros. A chuva que assusta a monotonia da paisagem, trazendo o verde aqui e ali. As crianças. As crianças.

Os velhos, as crianças, as mulheres vendendo mel, castanha, milho, siriguela, caju, coco, cebola, muita cebola. O orgulho de vender o pouco do que resta do que produziu. A ansiedade em vender o pouco que resta para não abandonar a terra. A comida caseira na beira da estrada prometendo o lar. O afeto do lar, o aconchego do lar na beira da estrada. 

A lua, as estrelas, o céu. A abóbada celeste mirada e remirada e olhada e reolhada. Espiada. Observada insistentemente pelos agricultores, aqueles ali que estavam à beira da estrada. Os agricultores, as agricultoras alcançam o céu para além do céu dos românticos, dos astronômos, dos astrólogos, das leigas com telescópio em casa, quando contemplam o vasto azul, claro e escuro, lá.

E o rio. O Rio Santo. Curveia qual serpente que traz a vida e a morte a vida e a morte. A vida. Rio verde dividido em seus braços e ilhas, rio azul quando uno. De foz e de represa. Anda de mãos dadas com o destino do sertão, que é Sertão do país. O Rio de energia, das cascatas que produzem luz, do caminho escavado nas rochas, do canion. Rio forte. Rio vagaroso. Rio dos pescadores, das fazendas aquáticas. Rio dos apaixonados. Rio dos profetas. O rio-mar.

Cerrado virando caatinga na estrada

Primeira vez que vejo o Rio São Francisco (cidade de Belém do São Francisco- PE).



O Rio São Francisco em pleno pôr-do-sol.

Super lua em Belém do São Francisco- PE.



Esse lumiar enorme aí do canto direito do casarão é Vênus. O outro lumiar próximo é Júpiter. Foi uma noite especial em Belém do São Francisco- PE.

Igreja em Belém de São Francisco (por acaso uma das cidades onde a novela Velho Chico foi gravada)

Cacto: flor e fruto.

Usina Hidroelétrica de Paulo Afonso, canyon do Rio São Francisco -com ipé amarelo e cachoeira lateral.

Canyon do Rio São Francisco em frente à represa de Paulo Afonso

O arco-íris tocando o chão da caatinga brasileira. <3



segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Daí eu fui caminhar e

... fiquei olhando a minha sombra e me surpreendi com o sentimento de contentamento pelo efeito "bípede", dado pela evolução para os animais que somos. Deve ter sido um processo bem difícil. Em vez de meses, como meu sobrinho levou, milhares, milhões de anos.

Pois é, tirei um segundos para admirar isso.

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