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sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

Meia luz


E quando eu sussurrei um beijo no seu pescoço
E a sua mão escorreu feito água morna abaixo da minha cintura
E quando meu peito encostou no seu peito
E a sua calça, já apertada, encontrou a minha saia, úmida,
E quando o garçom se aproximou, sem gentileza:
“Procurem um motel”
Foi quando eu entendi que os desejos
Mesmo sob meia luz
Nunca são suficientemente discretos

terça-feira, 4 de setembro de 2018

Dois poemas eróticos


Nenhum conto de fadas avisa
Que na primeira noite com o príncipe
Amor e dor rimam (fora daquela deprimente canção)
Mas dor boa
De boca machucada
De músculos distendidos
Manchas roxas no pescoço
Um pouco de febre e de sangue
E uma ardência gostosa no meu sexo de mulher.

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Meu homem tem reverências
Pelo meu corpo molhado depois do banho
Durante o sexo
Ou quando durmo sossegada
Descoberta e suada,
Porque o ventilador se quebrou.

É ateu o meu homem
Mas é fácil vê-lo em oração
Quando faz sua igreja entre minhas pernas
Devoto assíduo da pequenina santa
De uma religião sob os lençóis

Faz dos meus peitos cálice sorvido com gosto
E hóstia saborosa
Da minha bunda surgem tambores ancestrais
Que convocam gritaria e gemidos
De alegres antepassados
Dançando no compasso dos nossos quadris unidos

Meus cabelos em suas mãos fechadas
Completam o rugir do oceano sagrado
Convocado pelo rito ecumênico salgado
Reencenado a cada novo encontro.

Bunda- abstrata




segunda-feira, 22 de maio de 2017

O quereres

(Cante comigo)
Onde queres revólver, sou coqueiro
E onde queres dinheiro, sou paixão
Onde queres descanso, sou desejo
E onde sou só desejo, queres não
E onde não queres nada, nada falta
E onde voas bem alto, eu sou o chão
E onde pisas o chão, minha alma salta
E ganha liberdade na amplidão

Onde queres família, sou maluco
E onde queres romântico, burguês
Onde queres Leblon, sou Pernambuco
E onde queres eunuco, garanhão
Onde queres o sim e o não, talvez
E onde vês, eu não vislumbro razão
Onde o queres o lobo, eu sou o irmão
E onde queres cowboy, eu sou chinês
Ah! Bruta flor do querer
Ah! Bruta flor, bruta flor
Onde queres o ato, eu sou o espírito
E onde queres ternura, eu sou tesão
Onde queres o livre, decassílabo
E onde buscas o anjo, sou mulher
Onde queres prazer, sou o que dói
E onde queres tortura, mansidão
Onde queres um lar, revolução
E onde queres bandido, sou herói
Eu queria querer-te amar o amor
Construir-nos dulcíssima prisão
Encontrar a mais justa adequação
Tudo métrica e rima e nunca dor
Mas a vida é real e é de viés
E vê só que cilada o amor me armou
Eu te quero (e não queres) como sou
Não te quero (e não queres) como és
Ah! Bruta flor do querer
Ah! Bruta flor, bruta flor
Onde queres comício, flipper-vídeo
E onde queres romance, rock'n roll
Onde queres a lua, eu sou o sol
E onde a pura natura, o inseticídio
Onde queres mistério, eu sou a luz
E onde queres um canto, o mundo inteiro
Onde queres quaresma, fevereiro
E onde queres coqueiro, eu sou obus
O quereres estares sempre a fim
Do que em mim é de mim tão desigual
Faz-me querer-te bem, querer-te mal
Bem a ti, mal ao quereres assim
Infinitivamente pessoal
E eu querendo querer-te sem ter fim
E, querendo-te, aprender o total
Do querer que há, e do que não há em mim


sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Tu me inspiras amor e beleza

Tu me inspiras amor e beleza.
Colho tuas flores de amanhecer,
sentindo o perfume atravessar
todas as minhas entranhas,
alcançando os meus sonhos adormecidos
-de paz e de carne-
que sorriem, de leve,
-ainda de olhos fechados-
com o inesperado aroma
do teu sexo imaginado.

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