quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Poesia de chão e de luz vinda do coração de Itabira

Hoje a postagem é daquelas bonitas, por conta da convidada. Retomando as sugestões de mulheres escritoras em postagens especiais que fiz ano passado, abro o ano de 2018 agora com a proposta um pouco mais ampla, de modo que acolha as muitas possibilidade de criação e arte. É por isso que trago um pouquinho da agradável descoberta que foi pra mim conhecer a arte da Denise Mot. Tive a alegria de ser professora dela uns anos atrás e aquela jovem inteligente e de respostas criativas e sensíveis na aula de filosofia, reaparece na minha vida mostrando um pouco dos seus desenhos de sombra e luz na fotografia. Particularmente eu aprecio o gosto que Denise tem pela miudeza e então pedi esse reencontro por aqui, porque achei que muita gente que dá uma olhada no DCPA, ia saber parar para apreciar sua obra. Segue uma breve entrevista com nossa convidada:



 Quando você começou a fotografar? O que despertou a vontade de trabalhar com fotografia? 
Foi em 2011, aos meus 19 anos na cidade que morava, Itabira-MG. Inicialmente o que me despertou vontade de fotografar foi o meu gosto por fotos e músicas de bandas de rock na minha adolescência. Era algo que me fascinava muito. Além disso, pirava muito nos eventos culturais que aconteciam (e ainda acontecem) na cidade, especialmente o Festival de Inverno. A partir disso, fiz trabalhos fotográficos de shows de banda de rock e eventos culturais que foram publicados em jornais, sites da cidade e outras mídias. Hoje, meu foco de trabalho não é mais nessa área, depois que comecei a cursar Letras Português na UFPI, me apaixonei pelo curso. Sendo assim, o que me desperta vontade de fotografar, atualmente, é uma paixão que tenho pela estética das coisas inanimadas e suas (re)significações, muito influenciada pelas coisas que aprendi e aprendo sobre poesia no curso.
E a poesia, quando você começou a criar poesia a partir das suas fotos? 
Foi em 2016, aprendendo e conhecendo no curso, as funções da literatura, especialmente as da poesia, não se referindo somente ao texto escrito, mas da poesia como essência de toda manifestação artística, que no meu ponto de vista, seria basicamente, buscar a beleza das coisas mesmo onde ela não existe e/ou é percebida. Ou seja, usando as palavras da fotógrafa Diane Arbus “há coisas que ninguém veria se eu não as fotografasse.”

Chegou a trabalhar (ou ainda trabalha) com outra coisa além de fotografia? O quê?
Sim trabalhei 2 anos em uma contabilidade na cidade de Itabira, mas hoje apenas estudo Letras Português e fotografo diariamente.




Fez algum curso ou aprendeu a fotografar sozinha?
Infelizmente ainda não fiz nenhum curso, aprendi a fotografar com amigos amantes da fotografia, vídeos e textos tutoriais na internet, livros, revistas e uns experimentos inusitados que gosto de fazer sozinha.
Qual equipamento você usa?
A poesia, um celular Samsung J2 prime e uma câmera Canon T3.

O que você mais curte fotografar?
Gosto de fotografar muitas coisas... é difícil escolher, mas como disse, tenho uma paixão em fotografar a estética das coisas inanimadas.
Eu acompanho suas postagens no instagram e percebo a construção de um certo conceito próprio, você gostaria de falar um pouco dos seus projetos de fotografia? 
Sim, foi a minha paixão que disse anteriormente. No momento não consigo falar sobre projetos, tenho vontade de fazer tantas coisas que ainda não consegui organizar as minhas ideias. A fotografia pra mim é uma necessidade orgânica. Eu não consigo mais ficar sem fotografar. Ela me dá muito sentido de existência.
Se a gente ainda pode falar de influência, quais seriam as do seu trabalho?
Tenho influências tanto de fotógrafos quanto de poesia e música. Na poesia destaca-se Drummond, Manuel de Barros (sic), Clarice Lispector, Fernando Pessoa e Hilda Hilst. Na música, a banda Jennifer Lo-Fi, Medulla e o Vinícius Calderoni. E por fim na fotografia, destacam-se dois mineiros, o grandioso Sebastião Salgado e o Matheus Sena, e o paulista César Ovalle.
"Sobre esse chão. Tem mais vida. De-mais horror. Amor." 9 de setembro de 2013

Você é jovem e mulher, se sente intimidada nos espaços que procura para apresentar seu trabalho? Se sim, como lida com isso?
Não me sinto.
Você acha que é importante termos mais mulheres trabalhando com fotografia no Brasil? Se sim, quer falar um pouco para a gente sobre? Tem sugestão do trabalho de mulheres fotógrafas?
Com absoluta certeza, porque as minhas influências na fotografia são todas de homens. Infelizmente eu não tive a oportunidade ainda de conhecer mulheres fotografas com o estilo que gosto de fotografar :(


 Aqui o instagram da Denise: https://www.instagram.com/denise.mot/
E aqui o site onde estou aprendendo a perguntar para fotógrafas:

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