Mês passado parei para assistir a ótima série Sherlock, da BBC, que já está em "cartaz" pelo menos desde julho de 2010. Por que demorei tanto tempo para assistir? Não sei. O fato é que a produção estrelada pelos premiados Benedict Cumberbatch (Sherlock Holmes) e Martin Freeman (John Watson) e ambientada não num distante século XIX, mas num atual século XXI, me cativou imediatamente.
Adaptando personagens, lugares e casos retirados do cânone de Sir Arthur Conan Doyle, a série, com uma dinâmica mais acelerada que a das páginas do livro, consegue em um pouco mais de uma hora em cada capítulo, apresentar, em casos que beiram ao bizarro, a genialidade do detetive consultor- segundo a personagem, o único do mundo. Lá ele é retratado como um sociopata altamente funcional, auxiliado pela lealdade e a coragem do ex-soldado da Guerra do Afeganistão e médico, dr. John Watson.
Até agora tivemos 4 temporadas, em oito anos. Diferentemente de outras séries, parece que a BBC preferiu apostar em mini-filmes por capítulos, três em cada ano da produção (mais o capítulo especial entre a terceira e quarta), do que estender por inúmeros capítulos curtos- levando em conta que os atores estão no centro de produções hollywoodianas e é uma verdadeira ginástica fazer coincidir suas agendas, além da própria produção estar envolvida em outros trabalhos, como as últimas temporadas de icônico Dr. Who. Como devem ter feito as contas, nem todo anos tivemos uma temporada e nem se sabe no momento quando ou se ela retornará.
Com a habilidade de um roteiro que consegue prender nossa atenção na apresentação dos casos, a história trata principalmente da relação de amizade entre os dois homens. A sintonia é tanta que eventualmente terceiros o tratam como um casal (na série), o que é sempre veementemente rebatido pelo John Watson de Freeman- fazendo parte do fandom lamentar. Também há o desafio do médico e das outras personagens em manter a afeição pelo detetive, mesmo quando ele vibra diante de um assassinato, ignora as necessidades das outras pessoas ao seu redor- enquanto espera ter todos os seus desejos atendidos-, ou some por anos sem dar satisfação, o que Cumberbatch interpreta de um modo, a meu ver, carismático.
Deve dar um grande alívio aos ingleses, saber que a Scotland Yard e até mesmo os MI5 e MI6 podem contar com Sherlock Holmes e John Watson, na rua Baker, 221B, de Londres.
Quanto a mim, aproveitei minha recente obsessão para adquirir o box completo dos livros de Doyle sobre o detetive e os mangás publicados em português pela Planet. Também comecei a assistir Elementary, uma outra produção sobre o detetive, mas que apresenta Watson como uma mulher.
Agora só me faltam o chapéu deerstalker e o cachimbo.
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