terça-feira, 8 de janeiro de 2019

Extintos


 
Gritador do Nordeste

Ontem fui dormir triste. Li numa página da internet que nosso país perdeu dois passarinhos. Para sempre. O gritador-do-nordeste e o limpa-folha foram extintas em 2018, de acordo com a Bird Life Internacional. Ambos endêmicos do nordeste, da ameaçada região de Mata Atlântica remanescente entre Alagoas e Pernambuco. 

Acordei no dia seguinte e vi mais notícias a respeito. No mesmo estudo, ainda temos a confirmação do desaparecimento de espécies conhecidas:

“Ararinha-azul (Cyanopsitta spixii): que agora passa à categoria de ‘Extinta na natureza’. A data estimada da extinção, calculada pela época em que um indivíduo da espécie foi observado pela última vez por um ornitólogo, é o ano de 2000;

Caburé-de-pernambuco (Glaucidium mooreorum): ‘Extinta’ desde 2001

Gritador-do-nordeste (Cichlocolaptes mazarbarnetti): ‘Extinta’ desde 2007

Limpa-folha-do-nordeste (Philydor novaesi): ‘Extinta’ desde 2011

Arara-azul-pequena (Anodorhynchus glaucus): ‘Possivelmente extinta’ desde 1998”

O desaparecimento dessas espécies está diretamente ligado ao desrespeito ao seu habitat natural, invadido pela urbanização e agronegócio. É inconcebível que essas atividades continuem acontecendo sem qualquer respeito pela vida já existente ali e ainda por cima venha um presidente eleito mentir que existe uma indústria da multa. Se houvesse, certamente esse desastre ecológico não teria acontecido.

“Em razão desse cuidado e da falta de regularidade nas observações – que depende da existência de recursos e demais condições de pesquisa em cada país – é comum que uma espécie leve mais tempo para ser declarada extinta, mesmo sem ter sido vista durante décadas.” Ou seja, as espécies vão enfrentar mais um problema: o descaso explícito do governo, que fantasia a injustiça cometida contra desmatadores e caçadores. Stuart Butchart, diretor da Birdlife Internacional, afirma que: “Nossas evidências mostram que há uma onda crescente de extinções se espalhando pelo continente, causada pela perda de habitat devido à agricultura, drenagem e extração de madeira insustentáveis.”

Aqui no país, de quase 2000 espécies de aves, 173 delas estão ameaçadas. Apesar dos esforços de pesquisadores, o cenário não é dos melhores.


Ps. A melhor matéria que li sobre isso foi a do Nexo Jornal, do qual eu retirei os excertos mencionados.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

mensagem passíveis de moderação

AS MAIS LIDAS