Ontem fui dormir triste.
Li numa página da internet que nosso país perdeu dois passarinhos. Para sempre.
O gritador-do-nordeste e o limpa-folha foram extintas em 2018, de acordo com a
Bird Life Internacional. Ambos endêmicos do nordeste, da ameaçada região de
Mata Atlântica remanescente entre Alagoas e Pernambuco.
Acordei no dia seguinte e vi mais notícias a respeito. No mesmo estudo, ainda
temos a confirmação do desaparecimento de espécies conhecidas:
“Ararinha-azul
(Cyanopsitta spixii): que agora passa à categoria de ‘Extinta na natureza’. A
data estimada da extinção, calculada pela época em que um indivíduo da espécie
foi observado pela última vez por um ornitólogo, é o ano de 2000;
Caburé-de-pernambuco
(Glaucidium mooreorum): ‘Extinta’ desde 2001
Gritador-do-nordeste
(Cichlocolaptes mazarbarnetti): ‘Extinta’ desde 2007
Limpa-folha-do-nordeste
(Philydor novaesi): ‘Extinta’ desde 2011
Arara-azul-pequena
(Anodorhynchus glaucus): ‘Possivelmente extinta’ desde 1998”
O
desaparecimento dessas espécies está diretamente ligado ao desrespeito ao seu
habitat natural, invadido pela urbanização e agronegócio. É inconcebível que
essas atividades continuem acontecendo sem qualquer respeito pela vida já
existente ali e ainda por cima venha um presidente eleito mentir que existe uma
indústria da multa. Se houvesse, certamente esse desastre ecológico não teria
acontecido.
“Em razão
desse cuidado e da falta de regularidade nas observações – que depende da
existência de recursos e demais condições de pesquisa em cada país – é comum
que uma espécie leve mais tempo para ser declarada extinta, mesmo sem ter sido
vista durante décadas.” Ou seja, as espécies vão enfrentar mais um problema: o
descaso explícito do governo, que fantasia a injustiça cometida contra desmatadores
e caçadores. Stuart Butchart, diretor da Birdlife Internacional, afirma que: “Nossas
evidências mostram que há uma onda crescente de extinções se espalhando pelo
continente, causada pela perda de habitat devido à agricultura, drenagem e
extração de madeira insustentáveis.”
Aqui no país,
de quase 2000 espécies de aves, 173 delas estão ameaçadas. Apesar dos esforços
de pesquisadores, o cenário não é dos melhores.
Ps. A
melhor matéria que li sobre isso foi a do Nexo Jornal, do qual eu retirei os
excertos mencionados.
Link para
matéria: https://www.nexojornal.com.br/expresso/2018/09/06/As-novas-esp%C3%A9cies-de-aves-extintas.-E-por-que-a-maioria-era-do-Brasil
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