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terça-feira, 16 de setembro de 2025

Pequena playlist de comemoração- sentença do Bolsonaro

Apesar da grana curta, eu e mamis (dona Joseny Barros) fizemos a nossa comemoração pelo alívio da sentença de 27 anos e 3 meses do PIOR PRESIDENTE da história deste país, que, ainda não está pagando pela morte de quase 700.000 pessoas na época da pandemia e todos os seus crimes contra o meio ambiente, os povos indígenas, a infância etc, mas que já é um grande presente para quem lutou, brigou, adoeceu, perdeu oportunidades e, principalmente, perdeu pessoas próximas ao longo desses cerca de 10 anos de agitação que a direita e a extrema direita impuseram a esse país! Então, sim! Comemoramos e ainda comemoraremos mais!!!

Mão segurando copo de vinho branco


Um vinho branco, presente da cunhada, uma caixinha de som "cebrutius" e as músicas que pai e mãe me educaram, reforçando a educação que recebi nas ruas desse país! Que nós tenhamos um tipo de cancioneiro desses ao qual recorrer diz muito da nossa história! 

Mais emblemático ainda é que junto do principal acusado, vão também entusiastas da última ditadura, inclusive participantes dela. É lindo, é altamente satisfatória, é de chorar de alegria! Vale a pena lutar por cada centímetro do nosso senso de justiça coletivo (e constitucional! Já os EUA não podem ter tanta certeza assim). Nem sempre a justiça acontece, eu diria que nessas altas esferas, que ela quase nunca acontece, mas esse plutão em aquário, esse eclipse em peixes, foram especiais (piscadinha para o pessoa. de místicas).

Então, fica aí esse marco no blog, a memória de uma alegria e um alívio, que sendo compartilhando por tantos, confere um significado ainda mais potente. E a gente sabe o que fazer com essa potência: continuar!


🎼 PLAYLIST: RIO MUITO, UMA VIDA SEM HUMOR FICA MUITO PESADA (pode escolher vários cantores na hora de repetir)


Apesar de você

https://www.youtube.com/watch?v=bGAJlOwUgHY

Vou festejar!

https://www.youtube.com/watch?v=KmUe9VYxJYQ

Sanatório Geral

https://www.youtube.com/watch?v=P6C5bZOr3xQ

Pra não dizer que não falei das flores

https://www.youtube.com/watch?v=KdvsXn8oVPY

Canto das três raças

https://www.youtube.com/watch?v=dcVKb2ht6BE

Cartomante 

https://www.youtube.com/watch?v=MRjorTs7YxM

Volver a los 17

https://www.youtube.com/watch?v=krEMw8E5ZAg


segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Não te esqueci, Cláudia...

Apesar de sempre me abalar com os crimes hediondos (tipificados ou não) que fico sabendo, infelizmente, não lembro de todos os nomes e muito menos de todos os rostos das vítimas. Talvez uma maldição da mente humana, talvez uma bênção. Não sou capaz de decidir isso ainda. 

Só posso dizer que da Cláudia Ferreira da Silva eu me lembro. Cláudia Ferreira da Silva que, dois anos atrás, ao sair à padaria para comprar pão, como fazia todos os dias, naquele dia, especificamente, não conseguiu comprar o pão. Nem o leite, ou o bolo de sal, da listinha que provavelmente trazia no bolso de trás. Ou talvez não trouxesse, já que poderia ter sido agraciada com um memória melhor que a minha, com um dom comum de acontecer com as donas de casa e mães. Talvez pensasse no aniversário dos gêmeos que seria daqui uns dias. Não tenho como saber, mas imagino assim. 

Cláudia Ferreira da Silva levou um tiro quando ia comprar o pão. Bem perto de casa, como eu mesma faço aqui no meu bairro de periferia. Levou um tiro da violenta polícia militar do RJ, que também são outros seres humanos barbarizados- pela sua própria instituição. O que alguém barbarizado faz? Torna-se bárbaro. É óbvio.

Não fosse o bastante, além de ter levado um tiro por ser um corpo negro em uma favela no momento errado (?), Cláudia Ferreira da Silva foi jogada no porta-malas da viatura. Como um bicho morto. Não, menos. Como um corpo negro morto, segundo nossa historiografia passada e recente. O corpo de Cláudia Ferreira da Silva não quis seguir assim. Não coube na viatura, parecia querer ganhar a liberdade. Quem dera. O corpo de Cláudia Ferreira da Silva, mal arranjado no camburão, escorregou e foi arrastado por cerca de 350 metros. TREZENTOS E CINQUENTA METROS. Até que os policiais dessem conta.

A dolorosa cena foi gravada por um cinegrafista amador e veiculada nos portais dos jornais. 

Passaram-se dois anos (março) e fico sabendo que sequer houve julgamento de algum dos 6 acusados do crime. Ainda que eu tenha minhas críticas à ideia do encarceramento como punição, essa é uma saída que a sociedade exige. O Estado exige. Curiosamente, este não parece ser o tipo de caso que os agentes estatais se sentem à vontade de julgar. E não me parece ser por conta corpo arrastado de Cláudia Ferreira da Silva. Penso que é algo mais vil como: negligência, a burocracia relegada aos pobres, algum corporativismo estatal e provavelmente até medo de cumprir o dever e sofrer algum tipo de perseguição. Divago. Mas divago dentro de mundos possíveis do desenrolar da tragédia brasileira sofrida por uns mais que por outros.

Cláudia Ferreira da Silva, não te esqueci.

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