segunda-feira, 3 de abril de 2017

Poesia de mão amiga

Ao meu redor, tenho a sorte de ter muitas criadoras e criadores de arte com as palavras. Como eu avisei em outra postagem, vou apresentar algumas das e dos poetas próximos a mim, que me inspiram e que ajudam a continuar a tradição poética da minha terra quente. 

Muitas hoje publicam mais pelo meio virtual, pela facilidade da ferramenta. Outras, já conseguiram reunir coragem para publicar o seu imprenso. A poeta que mostro hoje faz as duas coisas, tendo sido uma das escritoras convidadas a participar do livro " Baião de Todos", organizado pelo professor e escritor Cineas Santos, referência cultural do estado do Piauí. A artista de quem falo hoje é a Cynthia Osório, nascida em Oeiras, a primeira capital do estado, berço de muitos escritores e que atualmente mora em Teresina.

Cynthia alimenta dois blogues com seus escritos, o Jacá de ideias mortais: filosofia vã e lampejos delirantes de uma mente febril  e o PoetaMente: rimas pobres e poetas nobres . O primeiro, data do ano de 2008 e reúne contos, aforismos, ensaios, textos críticos da jovem mulher que experimentava o caminho das palavras, apropriando-se, aos poucos, de suas própria escrita. Tateando muitos gêneros, tão diversos quanto a variedade dos seus interesses que passam pelo "temamor", alcançando ainda a política e os costumes da sociedade local e além. Há um feminismo interessante, que marca muitas de suas tomadas de posições, o que não deixa de ser amostra de uma excelente sintonia entre a noção de liberdade da autora com sua própria época.

Já ao segundo, "PoetaMente", Cynthia Osório reservou um espaço específico para aquele que parece ser seu gênero preferido: o poético. É perceptível a destreza da escritora em abordar incansavelmente o amor. Mas não só! Muitos dos temas que Osório vinha exercitando já desde o Jacá de ideias mortas (que ainda está ativo), reaparecem em versos. E que delicioso é lê-los. O amor, a crítica dos costumes, a crítica política, uma auto percepção compartilhada, tem muita coisa bonita de se encontrar nos poemas da oeirense. Certamente eu fico muito satisfeita em sugerir a leitura da sua obra em construção e não arrisco em apostar que logo teremos um livro solo.

Abaixo, deixo um gostinho dos versos de Osório, criados especialmente para nosso blogue.


Sem pecados

Tinha gosto de vinho tinto
o barulho da chuva em queda
mansa, como que para aninhar-se nas solidões
Era madrugada, irremediavelmente.
Havia 750 ml de drama engarrafado.
Sem pecados, um co(r)po desperdiçado pede perdão.

Cynthia Osório, 31/ 03/2017


Cynthia Osório

2 comentários:

  1. Agradecida pela percepção calorosa sobre minha escrita embrionária 😘😘

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    1. O prazer foi meu de entrar em contato com o seu material. =]

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