Há um cogumelo azul em algum lugar da Índia e da Nova
Zelândia. Imagine só a beleza que deve ser esperar o branco e ver
outra cor no lugar. O branco é uma cor, ele só não sabe disso. Será que o
cogumelo azul ainda é um cogumelo? Ou será que seu brilhante pigmento o
transmutou em algo outro? Embaixo, suas membranas suaves ressoam um tom
avermelhado, como seus esporos. Azul e vermelho sobre o tapete verde de musgo e
árvore com casca podre. Podre pra nós. Pra eles, isso é banquete. No meu
quintal, os fungos são brancos, mas apreciam troncos caídos e velhos arbustos,
como seus parentes indianos. Será que se sabem brasileiros ou indianos ou
neozelandeses? Ou só cogumelos, seres saprófagos, de existência muito além dos
chapéus coloridos, que eu aprecio? Eles se sabem muito além da ciência humana,
pois têm a sua própria. Seus micélio, suas raizes, seu corpo, podem se estender
discretamente por quilômetros, sem que outras espécies se deem conta. E são de
muitas cores, conforme descobri hoje novamente e há 15 anos e há 28 anos.
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