quinta-feira, 18 de junho de 2020

Alcântara, temos um problema



Você, que fala tanto em viagem espacial, já pensou... você passa a morar em Netuno? Planeta azul de verdade, gelado de verdade e distante pacas da fogueira solar? Já pensou? Já pensou que lá, você finalmente me esquece e segue tua vida de habitante de um novo mundo, todinho seu? Sem mim? Já pensou?

Eu já! Devolvia tua passagem da viagem espacial e, com o dinheiro, comprava uma de ônibus, desses terrestres mesmo. De Alcântara, tu pegava o Guanabara em São Luís, troco de oitenta e cinco reais a vinda pros meus braços. Bem menos que os dólares do hidrogênio líquido. Oito horas e quarenta e nove minutos de viagem.  Sem trânsito. Não que tu fosse pegar algum, nos 4 bilhões de quilômetros de lá da ilha até o gigante tritão, mas penso que é bom lembrar que até a rara ausência de percalços sempre ganha outros ares quando este tipo de rota é alterada. Antes tem uma parada em Caxias, menos pela militar e mais pela poesia. Digo que vale a pena. Digo que vale a pena esse abandono das eternidades cósmicas, pra tu vir me ver e eu parar de besteira. 



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