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segunda-feira, 9 de maio de 2022

DIÁRIO DE UMA FUJOSHI: dica de leitura

E vamos lá de DICAS DE LEITURA M/M! 🌚🎴🃁🃑 🏳️‍🌈


The Charm Offensive

Alison Cochrun

capa do livro "the charm offensive"- versão americana

Começo logo com o melhor da safra até agora. O livro tem uma premissa que para mim não é muito atraente, como o mundo de reality show e explico. Quando há uma competição semelhante, sempre há interações que me parecem desnecessárias e disputas que não dialogam com o que eu acho que valeria a pena algo desse tipo. Talvez eu só não tenha tido sorte nisso e, Alison Cochrun não escapa dessa armadilha. Contudo, pelo menos ela  recorre a um método bastante comum atualmente, de criar preâmbulos em cada capítulo, que aparecem em forma de cartas, de jornais de fofoca, de mensagens de aplicativo. Então você tem a opção de como eu, saltar essas partes quando parecem muito enfadonhas, ou fora da discussão do livro. Depois você retorna lá, se realmente fizer questão e essa é minha contribuição personalíssima sobre ser leitora fortemente engajada em um único tema- e que não leva isso tão à sério. 😎

Mas voltando, o que me pegou de surpresa dentro desse livro foi a sensibilidade de construção dos dois personagens principais, de suas angustias, dos seus limites, as conversas e especialmente as conversas e descrição de sintomas de problemas na saúde mental, como depressão e TOC,  autodescobrimento a respeito da própria sexualidade, sobre assexualidade e suas variações. Tudo foi realmente escrito com cuidado e responsabilidade. E, sim, há um final feliz, até porque eu não leio mais livros muito angustiantes, que não recompensem meus heróis.👬

Lá dentro das páginas desse livro, você vai encontrar Dev e Charles, que se encontram por conta de uma reality show sobre encontrar seu Príncipe Encantado, Charles, no caso. Dev, que sempre ficou responsáveis pelas pretendentes, fazendo jus a sua própria missão de defender o Amor Verdadeiro. O casal é interracial, sendo Dev o expansivo filho de imigrantes indianos vivendo nos EUA, enquanto Charles é uma espécie de gênio da computação, que tem um imenso problema de relacionamento, preferindo o isolamento, ao ponto de ter conseguido sua emancipação antecipada, com o objetivo de se livrar do que considerava um comportamento excessivo de exigências na própria família. 👪

Outras questões que eu gostei de acompanhar na leitura foi a teimosia de um dos personagens, em abandonar certo paradigma, como na vida real, não andamos mudando nossos princípios, sonhos e objetivos de uma hora para a outra sem consequências. Gostei ao mesmo tempo que fiquei extremamente irritada, o que não desmerece a escrita. A questão da virgindade ou a necessidade ou não de sexo tanto para homens como mulheres foi uma das abordadas dentro do tema maior da sexualidade, assim como uma eventual agressividade da pessoa que sofre de transtorno mental, um assunto que pessoalmente me interessa e quando raramente é tratado (parece que há um pacto entre as pessoas sérias que a doença mental é sempre silenciosa, melancólica de um jeito quase fofo) normalmente é expresso de modo extremo e pontual, ou simplesmente mal descrito/escrito. A necessidade de isolamento, ou de pelo menos das consequências dele, como o silêncio, desacelaração, a diminuição do ritmo de contato com outras pessoas- a não ser das cuidadoras e olhe lá- foi muito bem exposto nas crises de ansiedade generalizada de Charles. Ufa! Muita coisa. É uma leitura que valoriza seu tempo, te diverte e te emociona.💓

É isso, pessoal. Deixo essa indicação muito querida aí. O livro circula em inglês tanto em livrarias para vender, como em bibliotecas livres. Caso o idioma seja um problema, o tradutor ajuda bastante, restando à pessoa apenas fazer as devidas correções e adaptações. A boa notícia é que ainda em 2022, sairá a versão física em português pela editora Paralela. 😉







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