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domingo, 2 de junho de 2019

Dia-dor-In

Só amar nas fronteiras
No proibido
Nos intervalos
De soslaio
No não dito
No indefinido:
Absconsos.


quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

O conto do espírito fujão, da bruxa e da Alma


Meu espírito saiu de mim, num átimo meu de raiva
Se afastou e olhava, birrento, o chão.
Enquanto isso, todos os cacarecos coloridos esvoaçavam
barulhentamente
cada um a tomar o seu lugar
como crianças em fila apressadas por uma professora rigorosa
numa ordem pesada
que não combinava com a simplicidade daquele quarto
nem com a mágica única contida em cada uma daquelas coisas
-mas todas bastante conformadas, lendo a dureza que meus gestos expressavam.

Quando a barulheira cessou,
O espírito levantou os olhos e me encarou:
a luz pareceu sumir,- restando um fraco brilho numinoso de seus aguçados olhos-
e ele bateu o pé esquerdo no chão:
o solo se abriu
e uma fenda se formou: de um lado ele e os objetos encantados, antes coloridos, agora acinzentados.
Do outro lado: eu.

E então uma voz infantil, mas segura de si, ocupou todo o espaço do quarto: foi isso que você fez.

E finalmente entendi que eu havia escolhido o mundano ao espírito
separando o que não deve ser separado
Naquele momento, caí em mim,
Feiticeira velha, calejada, de uma ordem milenar.
E diante do jovem espírito,
Mostrei as mãos encanecidas, cheias da minha vergonha,
Ajoelhei-me e pedi perdão ao menino.

E talvez porque ele era jovem e ainda cheio de frescor
De pronto desfez a fenda, a escuridão e devolveu as cores aos nossos objetos encantados
Que tilintavam novamente alegres.

E o espírito, antes de retornar ao meu corpo já não mais empedernido,
Jogou um sorriso que pairou como um prisma no ar
Junto com a lição para a Alma.


(obrigada, Elias) 

aplicação de neon sobre a casa da Madame Mim

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