sábado, 8 de abril de 2017

Poeta & Poetisa

Como boa feminista, sempre que posso, altero os gêneros das palavras, ou os reforço, como recurso retórico, isso se dando pelo menos desde a minha dissertação de mestrado. Portanto, no blog não seria diferente. Não opto, contudo, pela designação feminina de "poetisa", como no caso de "presidenta", isto porque considero que, neste caso específico, o masculino, o poeta, ainda carrega em si a legitimidade do universal da tradição, enquanto, ao contrário, "poetisa", parece dar a ideia de algo menor, como uma doce e menos competente companheira do poeta- esse sempre, o grande. Uma espécie de musa deslocada de seu papel. Acredito, apesar disso, que aos poucos estamos alterando este conteúdo pauperizado do termo poetisa e que, em breve, pelo resgate de escritoras esquecidas ou apagadas no percurso da história, bem como por uma maior visibilidade das autoras deste século, daremos o merecido status à palavra, que finalmente ocupará seu lugar de direito. 

Mas não hoje. Ainda.

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