Gosto da poesia
porque ela acolhe a mulher que não sabe amar
que sou
intensa demais
igualmente apática
nunca na medida certa
do desejo do outro.
Visto-me do meu próprio desejo desde tenra infância
minhas negativas e meus aceites não seguem nenhuma lei
que não a da pura vontade do presente
-e o passado se ri, irônico.
no relógio que nunca foi meu
dizem que demora a se manifestar
quando de fato só
coze
esses ingredientes inusitados
da poção imprevisível que sempre ocupou o lugar do meu sangue-
até derramar.
isso não quer dizer
contudo
que eu não dance a música que surge
só não me peça para abandonar essa pele
que nenhuma trena mede
nenhum tarô advinha
nenhum céu estrelado ilumina
a não ser que eu diga
que se faça.
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Que lindo!
ResponderExcluirPrincipalmente essa parte:
"só não me peça para abandonar essa pele
que nenhuma trena mede
nenhum tarô advinha
nenhum céu estrelado ilumina
a não ser que eu diga
que se faça"
Que lindo, amiga! Também gostei da parte "minhas negativas e meus aceites não seguem nenhuma lei
ResponderExcluirque não a da pura vontade do presente". O passado ri, mas ele que ajuda a definir o hoje!
que POEMA LINDO! lembrou a Hilda Hilst nos Cantares. um dia a gente acha quem não saiba amar do mesmo jeito da gente e fica tudo certo.
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