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quinta-feira, 24 de maio de 2018

Banners da Amazon

Claro que vocês notaram que eu dei uma reformulada no blog. Uma dessas mudanças é a experiência de fazer uso dos banners da Amazon, como associada. Dependendo de como eu me sair com isso, posso expandir o blog ou simplesmente deixá-lo como está. Mas só passo a ter algum ganho quando os cliques e/ou compras passarem de 30 reais nos cálculos de uma tabela que eles tem lá. Não, ainda não tenho 1 centavo, rysos, mas se quiserem ajudar, é só adquirir os livros que eu indicar pelo link que está ali na coluna da direita (é só rolar um pouco a barra que aparecem).

Aproveitando essa iniciativa, vou indicar os livros por meio de resenhas, comentários, ilustrações, fotos, seguindo o modelo que já fazia por aqui.


Caso você também tenha um blog, aqui o link para a central de associados Amazon. Sugiro que leia direitinho todas as regras e daí veja se vale a pena, se tem a ver com o conteúdo que o seu blog apresenta etc.

https://associados.amazon.com.br/?openid.assoc_handle=amzn_associates_br&openid.claimed_id=http%3A%2F%2Fspecs.openid.net%2Fauth%2F2.0%2Fidentifier_select&openid.identity=http%3A%2F%2Fspecs.openid.net%2Fauth%2F2.0%2Fidentifier_select&openid.mode=logout&openid.ns=http%3A%2F%2Fspecs.openid.net%2Fauth%2F2.0&openid.return_to=https%3A%2F%2Fassociados.amazon.com.br%2F&

É isso. Boa noite. <3

segunda-feira, 21 de maio de 2018

Rubervam Du Nascimento: evento

Meu encontro literário com Rubervam Du Nascimento foi por meio de um furto. Ou seria apropriação indébita? O fato é que, por usucapião, o livro que pertencia ao amigo Alex, agora me pertence e não deixa de ser curioso o título da obra ser justamente "Espólio".

Nome sempre presente nas causas justas dos homens e das mulheres, das estudantes e dos estudantes quando é convocado, o poeta e auditor fiscal do trabalho, deixou muitas marcas pelas muitas décadas que viveu na cidade de Teresina. Originário do Maranhão, sabe-se lá o que ele resolveu ir fazer naquela terra sedutora e acelerada que é São Paulo. Contraditória como todas as grandes metrópoles. Quiçá como todas as cidades. O fato é que o autor de "A profissão dos peixes", "Marco-Lusbel desce ao inferno e os "Cavalos de Dom Ruffatto", além do já mencionado "Espólio", vai marcar presença na avenida mais conhecida do país com seu corpo e versos.

Se eu fosse vocês de SP, iria lá. 

Abaixo, seguem os posts com a divulgação do evento:
Data: 22.05.2018;
Local: Martins Fontes da Avenina Paulista (São Paulo- SP)
Horário: 19:15h às 21:30h.
Contribuição: 5 a 10 reais, conforme a pessoa desejar.



quinta-feira, 8 de março de 2018

Oito de março: dicas

Lou Andreas- Salomé, Carolina de Jesus e Alice Walker. Nomes imensos e ainda por serem devidamente conhecidos e reconhecidos.

A primeira, Lou Andreas- Salomé (1861-1937), psicanalista, romancista, filósofa e poeta. Interlocutora de muitos e inspiração para outros tantos, como Nietzsche, Rilke e Freud. Teve um filme sobre sua vida lançado ano em 2016 e que nos ajuda a compreender um pouco dessa brilhante mulher, que viveu o mundo de modo tão intenso. Assisti-lo não deixa de ser um exercício para que comecemos a tirá-la da sombra dos homens ao seu redor, colocando-a ao lado deles- no mínimo. Em português, há uma pequena biografia lançada pela LP&M pocket.



A segunda, Carolina de Jesus, é autora do primeiro livro que li numa das vezes que consegui participar do Leia Mulheres de Teresina. Quarto de despejo é sua obra mais conhecida, um marco na literatura brasileira, que apresenta, com crueza e realidade, o dia a dia numa favela brasileira na década de 1950, em forma de diário, com uma linguagem bastante característica. Testemunha que vive na pele de mulher negra e pobre, o esquecimento social e a luta para uma existência que lhe permita perceber em si uma dignidade inimaginada pelo meio literário da época. É daquelas leituras obrigatórias para nossa formação. Aqui embaixo segue um curta de 14 minutinhos sobre a autora:


A última, Alice Walker, escreveu o livro mundialmente aclamado "A cor púrpura" (1982), filmado por Steven Spielberg e estrelado por Whoopi Goldberg, Danny Glover e Oprah Winfrey. O livro, que é um romance epistolar, trata da separação de duas irmãs que se perdem ao longo de suas vidas, pelas violências que as acompanham desde o ambiente familiar. É uma obra chocante, especialmente em sua primeira metade e que trata da violência contra as mulheres, de misoginia, racismo e colonialismo. O livro ainda nos brinda com um ousado e inesperado casal de mulheres, que se unem para lidar com todas essas dores e aprender a criar alegrias no meio de tudo aquilo. Outro livro imprescindível. O canal "Curta!" já apresentou o episódio da série "Impressões do Mundo" com a autora. Se você puder, vale a pena conferir.












segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

A leste do Éden

Antes de tudo, um 2017 cheio de amor e de criação para vocês! Que possamos ter coragem e saúde para seguir adiante!

Vim aqui hoje, para falar de um livro lindo que terminei de ler na noite do dia 31: "A Leste do Éden", de John Steinbeck. Ganhei esse livro, por acaso, em um sorteio na UFPI- uma palestra do pessoal de letras. Em geral, a minha sorte vigora pra outras coisas, que não sorteios, exceto se for sorteio de livros.

Por conta desse acaso, fiquei sabendo que John Steinbeck (1962) foi um laureado pelo Nobel de Literatura e também vencedor do prêmio Pulitzer (1940). E por mais que prêmios não determinem se vou gostar ou não da obra, não tem como uma amante de livros ignorar esses fatos.

Isso não quis dizer, contudo, que li o livro num átimo. Não. A sorte me presenteou com ele em outubro de 2015, mas só suportei a leitura, na época, até uma certa altura. Tudo por culpa de uma personagem da obra: Kate. A maldade dela começou a ameaçar minha concentração na seleção de doutorado e, definitivamente, eu precisava de estímulos felizes.

Kate é má. Uma das melhores personagens construídas para o mal em uma obra de ficção, eu ousaria dizer. Descrita como um tipo de psicopata, Steinbeck utiliza dela como um veículo de reflexão sobre o que seria esse mal que nos habita e porque existiriam indivíduos mais propensos a ele. Kate, Charles e Joe, uma série de personagens surgem como gradações morais (ou não morais) nisso que parece ser o mal. 

Como contraponto, temos personagens admiráveis, bondosos, corajosos e justos, no outro lado do espectro moral. Adam (irmão de Charles), Lizza, Samuel (Sam Hamilton) e Lee. A partir deles, o autor constrói uma belíssima dinâmica de sabedoria entre as situações que as personagens se encontram e também a partir do encontro deles na obra. Adam, que poderíamos chamar de protagonista da maior parte da história; Samuel (Sam), sábio e inventivo, vizinho e protetor de Adam; e Lee, aquele que acompanhará Adam até o fim. Particularmente me tornei grande fã de Sam e Lee, mas especialmente do último, que vai se tornando, ao longo da obra, uma espécie de guru de todos, com forte senso autocrítico.

Aliás, a autocrítica é um dos pontos que geram tensões e viradas ao longo da história, especialmente quando as personagens mais jovens crescem. São elas que começam a mostrar que aquele espectro moral é bem mais complexo do que a primeira metade do livro faz pensar. Tom, Dessie, Una, Will, Abra, Aaron e Caleb. Tom, filho de Sam Hamilton, parece uma espécie de Liêvin (Anna Karênina) do velho oeste americano. Mais bruto que seu par russo, Tom é a manifestação da sensibilidade, da gentileza e também da força justa, que, ao contrário de Liêvin, jamais encontrará seu lugar. É comovente acompanhar sua tentativa de apenas ser, em um mundo tão árido, que parece tentar ensiná-lo que perfeição e bondade não andam lado a lado, sendo essa a principal lição do livro. E me sinto livre em falar de "lição", autorizada pelos temas tratados pelo próprio autor, na obra e fora dela.

Dessie e Una, são irmãs de Tom, filhas de Sam e Lizza. De Una, pouco é dito, pequena, curiosa e amada. Dessie, a mais querida, a borboleta da família. Nenhuma teve sorte no amor, mas reforça-se a partir delas, e também de Tom, a força do caráter bravo, silencioso e resiliente da família, o que é relevante para sentirmos compreensivamente o tamanho que as dores sofridas em silêncio podem alcançar e como podem justificar nosso comportamento presente e futuro.

Will é o filho prático dos Hamilton e por isso, dá a impressão de escapar da tragédia que segue os dons da criatividade, paixão e coragem, da família. Com muito pouco desses atributos, consegue ser bem sucedido com sua loja de carros. 

Os outros filhos são pouco mencionados, mas você os encontrará por lá. 

Quanto a Abra, Aaron e Caleb, os dois últimos filhos de Adam, nos dão um belo quadro do que poderia ser um bom exemplo de como a formação do caráter humano é bem menos previsível do que parece. O que parece bom por si só, diante dos desafios do mundo pode se tornar inconsequente e até egoísta e aquele que é acusado de egoísmo, em princípio, pode ter motivações mais elevadas do que nossa antipatia pode levar a pensar e que nosso crescimento como ser humano não pára nunca, porque sempre teremos escolha.

A questão da escolha é outro dos pontos chaves para ir além de uma compreensão superficial da obra. Timshel, palavra que vem do hebraico, é apresentada por Lee, como uma belíssima interpretação da alegoria do pós Éden, da Bíblia. Timshel não é dever, é poder e por isso, escolha. Até as almas mais abjetas parecem ter escolhas na obra, nem que essa escolha seja o fim da própria vida.

E é isso. Nada do que falei aqui tira a beleza da obra. Demorei a engrenar na leitura, mas Steinbeck mostrou seu valor e digo que teria perdido todo um mundo de novas reflexões se não tivesse mudado de idéia e voltado. Da minha parte posso dizer que o mal de Kate veio para o bem. 

Aqui a minha edição. Tem 641 páginas, mas vale a pena o desafio. ^^



Sobre o John Steinbeck, na wikipedia: https://pt.wikipedia.org/wiki/John_Steinbeck

domingo, 11 de dezembro de 2016

Livros e a falta de tempo

Uma das coisas que tive que aprendi a negociar comigo mesma por uma questão de tempo e de prazer, é a alternar as leituras acadêmicas com as leituras literárias. Alternar ou simultanear. rs. Isso porque, se permitirmos, as exigências do trabalho podem consumir todo nosso tempo disponível de leitura para elas. Para mim, isso sempre foi algo ao qual não estive disposta.

Os livros, por meio da literatura, sempre estiveram na minha vida, antes até de aprender a ler, com meus livros-discos de vinil. Sempre foram refúgio e caminho de ampliação do universo, dos meus sentimentos, de aprofundamento de relações e da compreensão de mim e também do outro. Claro que, quando criança, eu só intuia isso, lia por mero prazer sem saber ainda no que aquele prazer era capaz de se desdobrar. Agradeço à minha mãe, que teve a sensibilidade de me apresentar aos livros desde cedo, mesmo quando era raro o momento em tínhamos condições de adquirí-los.

Então, hoje, já adulta, meu tempo é ocupado com uma série de exigências normais da vida de qualquer adulta, exceto pelo fato de que nós professoras lidamos com livros como nossa principal ferramenta de trabalho.

Apesar de ter muita sorte de estudar o que gosto, nem sempre as leituras são fáceis, ou estimulantes. E o prazer eventual da leitura de um livro acadêmico é algo que acontece de um modo mais lento, por caminhos diferentes dos que os livros de conteúdo mais literário (nesse sentido mais genérico, mesmo) tem e que eu gosto e preciso.

Tudo isso é para falar que nem as exigências do mestrado ou do doutorado fizeram com que eu me afastasse dos meus amigos. Eu tive que fazer algumas opções, contudo, e era isso que eu gostaria de compartilhar com vocês, algumas das escolhas que precisei fazer, algumas conscientemente e outras que só me dei conta quando notei que um padrão havia se instalado com o tempo. Aí estão:

1. Passei a preferir livros de tamanho médio (até 120 páginas, mais ou menos) aos calhamaços;
2. Passei a dar mais atenção à poesia, que eu já amava. Apesar de exigir um espaço emocional considerável dentro de você, em geral, as obras de poesia são menores, pelas próprias características que o gênero foi adquirindo com o tempo;
3. Passei a escolher livros de autores com uma linguagem mais fluída, mais gostosa, como o Valter Hugo Mãe, do que os desafios da literatura russa e similares;
4. Passei também a me focar mais nos contos, também;
5. Passei a olhar com mais carinho a produção de quadrinhos.

O bom é que temos obras primas de todos os tamanhos ao nosso dispor. Então, talvez tão cedo eu não tenha tempo de ler "Guerra e Paz" (Tolstoi) ou "Em busca do tempo perdido" (Proust), mas consigo, por exemplo, ler "Bartleby, o escrevente" (Melville), "Joquei" (Matilde Campilho), "Coisas de amor largadas na noite" (André Gonçalves), ou os quadrinhos em capa dura da GRAPHICMSP, sem sentir remorso por precisar abandonar a leitura e sabe-se lá quando voltar, porque é mais fácil terminá-los rapidinho, até dentro do ônibus  enquanto você vai para o trabalho ou universidade.

E o prazer continua. <3

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