Mostrando postagens com marcador poema. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador poema. Mostrar todas as postagens
quinta-feira, 4 de julho de 2019
quarta-feira, 3 de julho de 2019
terça-feira, 2 de julho de 2019
Prioridades
Enquanto estou viva
e nada é definitivo
a língua se apropria da eternidade da morte
a fim de conferir substância aos conceitos.
Não há briga, nem guerra, nem carta
com ponto final.
Nem amor, nem promessas, nem esperanças,
nem ameaças, nem títulos,
e há sempre espaço para o arrependimento.
A pressa pertence ao imediato da morte
Este tempo concreto
Então digo que te amo
Porque não sei o que vem depois.
segunda-feira, 1 de julho de 2019
Um poema determinista
O nosso passado lembrado
na cabeça
incansável ou na pele sensível
Determina a verdade do presente tão nosso
E, por mais que os terapeutas insistam,
Com suas ferramentas cognitivas,
Dizer-nos que NÃO
É sob a sombra dos nossos primeiros vacilantes passos
Ou da luz- a depender de quem seja-
Que trilhamos a vida
Em busca da realização
Das promessas feitas
Durante aquelas portentosas alegrias
da fuga pelo medo de sermos atingidos
em nossos calcanhares
pelo vizinho louco
pelo abandono dos pais
pela morte do cachorro
pelos amigos perdidos sob circunstâncias desconhecidas
tudo suficientemente poderoso compondo
as grossas paredes
das nossas almas semi indefesas
diante de suas próprias certezas.
quinta-feira, 27 de junho de 2019
Multidão
Pessoas sempre autorreferentes.
Pessoas que são potência e temem sair desse estado.
Pessoas sublimes.
Pessoas como uma lagoa funda e cheia de mato.
Pessoas excessivamente sonoras.
Pessoas sedentas de silêncio.
Pessoas que fizeram quebra-cabeças de suas cicatrizes da
pele.
Pessoas que não encontram.
Pessoas com horizontes minúsculos.
Pessoas com verticalidade sob o solo.
Pessoas que giram teimosamente sobre seu próprio eixo,
enquanto zumbem.
Pessoas que se encontraram, depois de muito tempo e não
sabem mais onde pôr as mãos.
quarta-feira, 26 de junho de 2019
Laís Romero: novíssimos poemas
Boas novas na poesia piauiense: livro de versos da Laís Romero para o início de 2019.
Por ora, cinco poemas novinhos que estarão lá nesse livro bastante aguardado por quem acompanha o trabalho da Laís. Particularmente esse primeiro me disse tanto. Suspirei.
Contemplemos.
1.
Não procuremos a verdade
nós soterrados nas
palavras
Ensolarados encaremos,
nus,
os resultados da nossa
apatia
Vastos pálidos campos
rasos
de sentido e de sabor
Títulos nos assombrem
fugidios
em ricos tipos e
tipologias da fé
O ventre parideiro
persiste
enterrando sua hóspede
inanimada
é chegada, enfim, a hora
marcada
para o dado fato exato
juízo animal
2.
Minha poesia tacanha se
arrisca:
vai sozinha às ruas
metafísica de garagem
feito irresponsável de mulher.
Uma poesia tímida e vadia
que se arrisca.
Há fogo e valsa nestas
linhas.
3.
Temos as mãos ainda entrelaçadas
no meio do apagão atrasado
uma linha de pessoas nuas
treme as estruturas antes
perenes
um punhado de palavras
domina o inerme:
- Venha, que o medo cede e
não nos segue.
4.
medonho bloco pesado grafite
sustentado por árvores e
prédios
um outrora chamado
firmamento
carregado por toda sorte
de criaturas
habitado pelo princípio,
construído pelo fim
grande angular coroada de
passado
medonho bloco pesado
5.
[Poemas são fraquezas em tempos de leituras feitas com os olhos vendados]
[Poemas são fraquezas em tempos de leituras feitas com os olhos vendados]
Com os olhos embotados
não é possível desenhar o
céu
fica como estava, borrão
calado,
de uma tentativa/fracasso
Com as mãos amarradas
não se acena no salão vazio
a cabeça continua baixa
e o suor amarga meu perfil
[coro]
Benditos os paladinos da
esperança
vestidos por discursos
verdejantes
coroados nas intempéries
absolutas
de uma aurora desmontada
pelo vento.
Laís Romero, nascida em
Teresina no ano de 1986. Mulher, mãe, escritora e outras atribuições sociais
menos importantes que isso.
terça-feira, 18 de junho de 2019
Assinar:
Postagens (Atom)
AS MAIS LIDAS
-
[Quando escrevi essa postagem, os vídeos da Matilde ainda estavam disponíveis. Resolvi deixar esse resíduo como documento da beleza que havi...
-
Um dia, andando pela floresta buscando inspiração, o jovem Giovanni di Pietro di Bernardone, que futuramente seria conhecido como São Fr...
-
O nascimento de Eva (atualmente é o meu papel de parede do celular) No ano que eu tive a sorte de assistir a melhor exposição de toda...