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domingo, 15 de setembro de 2019

Arte em revista: Paris- André Gonçalves

O André, que já andou em muitas postagens aqui nos primórdios do blog, hoje retorna com uma preciosa mostra do seu trabalho fotográfico. Tem gentes de carne e osso e de mármore. Tem aves de verdade e anjos de mentirinha. Tem uma história emudecida, ou só uma fantasia vagante. Tem a apresentação das cores infinitas entre o branco e o preto e o cinza. Tem cores escassas e provocantes. Tem o ponto turístico mais conhecido do mundo a desaparecer ou a reinaugurar seu próprio surgimento. Tem candura e tem o vazio. A presença e o silêncio.

Espero que aproveitem, "é de graça", como o próprio criador nos convida.

página com quatro fotos de paris em preto e branco: o café de flore acima (esquerda); um cavalo branco de mármore em destaque abaixo; uma grade e pões trás umas escultura em alto relevo entre duas janelas; e abaixo uma roda gigante, um obelisco e um poste antigo.

quinta-feira, 20 de junho de 2019

Entrevista: Mauricio Gaia

Retomando as postagens de entrevistas com amigos que trabalham com arte em geral, hoje eu trouxe um convidado especial lá de São Paulo. O produtor cultural Maurício Gaia, que não gosta de ser chamado de Gaia (rs) e que para as amizades é mais conhecido como Mau. 
Jornalista e especialista em mídias digitais, Maurício Gaia, segundo sua descrição no blog Combate Rock, diz crer que "o rock morreu na década de 60 e que hoje é um cadáver insepulto e fétido e que gosta de baião-de-dois". Por esse último apreço, desconfio que o paulista sempre será bem-vindo ao nordeste:
1.       Então, Gaia, queria começar perguntando o que a música significa para você?
Pra começar, Gaia era meu pai. Eu sou Maurício para a geral, Mau para os amigos e Gaia para a moça que imprime meus boletos - aposto que é tuiteira, porque começou a me chamar assim da noite para o dia.

Música é um lugar que nos coloca em lugares que já pudermos ser confortáveis e, ao mesmo tempo, nos levar para outros lugares.  Quando eu escuto, sei lá, o primeiro álbum do Led Zeppelin, eu lembro da primeira que ouvi, em um verão muito, muito quente. Da mesma forma, quando escuto "future Days", do Can, eu me sinto m um lugar onde nunca estive, mas me parece confortável.

Mas a verdade que eu consigo passar alguns dias sem ouvir música, a não ser a trabalho. Música transcende, mas temos que saber o que acontece no mundo :) 

2.       Aproveitando que está acontecendo agora o In-Edit Brasil 2019, conta para a gente como é organizar um evento desse porte?

Não é fácil. Mesmo sem contar com a diretriz do governo atual, que trata o setor de cultura como inimigo, nos últimos anos enfrentamos MUITA dificuldade para conseguir patrocínio - nem dá para dizer que o In-Edit seja um grande (no sentido de estrutura, tamanho, etc) festival de cinema, nao conseguimos fazer que ele seja possível sem leis de incentivo - e a cada ano, vem diminuindo o dinheiro que conseguimos captar.

O fato é que, nos últimos anos fizemos com poucos recursos financeiros e com muita ajuda de amigos parceiros. Se chegamos a 2019, foi por conta disso. Nos próximos anos, não sei como será.

3. Como é ter um programa que fala sobre música transversalmente, mas tendo o rock como ponto de partida (ou de chegada)?

O produto música, de forma geral, perdeu muito do seu valor, e nem digo que isso se deva por conta da internet e sim por outros fatores. Todo mundo amava MTV, mas mesmo lá eles não tinham audiência o suficiente para bancar toda a operação. Como diz o jornalista Ricardo Alexandre, quer perder audiência, só colocar música, ou seja, de cara já saímos perdendo. Quando colocamos rock, que é um gênero que vem perdendo, não só no Brasil, mas como no mundo, nós nos colocamos na terceira divisão do rolê.

Mas, aí falo por mim, e não pelo Marcelo Moreira, meu sócio, meu foco não é só rock, ou pelo menos no que o roqueirão tradicional considera "rock". Dentro do Combate cabe rock e suas derivações, cabe soul, cabe samba, cabe rap, cabe tudo aquilo que é música boa e que tenha um contato com o universo contemporâneo. Já colocamos tanto Dorsal Atlântica como Luiz Melodia e Beth Carvalho. E Fela Kuti. E Ozzy Osbourne cantando com Kim Bassinger. E, se bobearem, coloco Banda de Pífanos de Caruaru. Porque o universo é muito vasto e a música também é.

Viajei.

4.       Conta aqui: quais seus planos para os próximos cinco anos?

Planos? Quais planos? Qualquer plano meu depende de grana e eu nem sei como isso vai ser nos próximos três meses, quiçá cinco anos.


5.       E, finalizando essa entrevista, sugere aí 3 músicas ou bandas para as leitoras e leitores do blog e aproveita e diz quando você vem no Piauí (rs).
três links, sem me preocupar com o tempo
https://open.spotify.com/track/7Dprt8s1FohodJYtCNcM4a?si=Y9hNHqNzS-6ExSmlu4b6nA (pode ser que eu tenha chorado na plataforma de embarque de metrô ouvindo isso)
https://open.spotify.com/track/1Y6Dv0tWYUP3Za2Es9FUL2?si=v7eyh_KvQrmWvYS8Il7gtw - amo hendrix, não é minha música favorita dele, mas mostra o que mais eu gosto nele - as baladas. 

Por mim, iria para o Piaui e pelo Nordeste inteiro, que é o que salva o país, o mais rápido possível, espero que em breve possa ir ao PIAUÍ.

Ps. Como bônus, Maurício Gaia falou um pouco sobre a construção do Combate Rock:

Ele surgiu em 2010, no grupo O Estado. E existiam outras pessoas: além do Marcelo Moreira, que hojé é um dos sócios da holding, tinha o Décio Trujillo, que era editor-chefe do Jornal da Tarde, Daniel Morango, Marcos Burghi, todos eles, juntos com Moreira, vulgo Coxa, colegas de trabalho. 
Eu tinha um podcast, chamado "Noites de Insomnia" - nem o nome foi dado por mim, sim por Carla Coutinho (de quem eu perdi contato, aliás), e o Coxa me pediu ajuda para fazer, gravar podcasts. Foi assim que eu acabei entrando na equipe do Combate - eu gravava, editava e produzia os programas de rádio, que começaram como podcast e depois viraram programas no Território Eldorado. 
Com o fim do "Jornal da Tarde", o grupo Estado disso que gostaria do conteudo, mas sem pagar nada. Aí, levei o projeto ao UOL. Naquele momento, ficamos Marcelo Moreira e eu, e os demais partipantes decidiram ceder a mim e a Moreira o nome Combate Rock - muitos deles participarem de programas já na fase UOL, por absoluta conta e risco deles ) 
Bom, em 2013, levei o projeto para o UOL e, desde então, somos Marcelo Moreira e eu, com o apoio e simpatia de todos os demais que já passaram pelo Combatão das Massas.

E é isso aí! Até a próxima entrevista! <3

Mauricío Gaia, puro estilo em sua blusa de galáxias da Tampa de Crush (Natássia)


quinta-feira, 13 de junho de 2019

Filosofia como conversa

Fruto de dois anos de blog coletivo Br-ó-bró." Filosofia e um monte de outras coisas..." tem lançamento dia 19.

sábado, 1 de junho de 2019

araramor





Subo no que desejo
Como se um morro vermelho escalasse
E a cada avanço incorporasse
Pedaços inteiros de alguma totalidade.

O barro do paredão—luxúria
Mastigado e engolido
Avidez de se tornar una,
Por um instante de delírio.

terça-feira, 7 de maio de 2019

Não sou eu uma mulher?

Cartaz com trecho do discurso de Sojourner Truth, de um jornal sobre a Liberação das Mulheres, dos EUA, década de 1970. Exposição do Masp de 2018: Histórias Afro- Atlânticas.

quarta-feira, 20 de março de 2019

poemas do exílio no quintal


Zéfiro é vento enfraquecido
como meu ventilador herdado do pai
Sim, houve um tempo em que os ventos tinham nome
e a natureza sussurrava numa língua
comum
e tudo era mais próximo da pele.

.....................

Tem ali duas pessoas-rolinhas
       uma pessoa- carambolo
       muitas pessoas-formigas
       duas pessoas-urubus
       uma pessoa-pessoa.

....................

Vejo andares sobre a morte
condomínios simples e sem muros
onde joaninhas e vermes peludos fazem morada
ao redor, a vida viceja
brancos cogumelos achapelados
tomateiros e suas flores amarelas
vovozinhos, dentes-de-leões
quebra-pedras
tudo vivo sobre a morte da velha goiabeira.

.....................

“Falsas asas de borboleta podem ser tão bonitas quanto as asas reais”

Alfinetar lepidópteros ao candelabro
atingir a desconjuntada perfeição
da beleza ignorada do lar
porque não pode expô-las ao mundo
e correr o risco de ser taxada de cruel
-pobre borboleta- e
portanto, anti-feminina
nunca artista, ou cientista
sempre mulher apoucada
superficialmente falando de si.

..........................

Queimei as asas da borboleta nas chamas da vela
resultante do apagão de ontem
se o bicho estava vivo ou morto
importa?

.......................

Arames agora guiam meu voo
um pouco mais à esquerda
o abismo me espera
à direita, o fogo de mil fornos acessos

borboleta capturada
converteram minhas 24 horas de existência
em horas sem fim
esticaram minhas cores
para que eu coubesse nas metáforas de suas mulheres enganadas
mas longe do tempo humano
eu já morri faz tempo.

.....................

O bizarro fetiche da coleção de borboletas
o fim científico não exclui a infâmia
ainda assim nos agrada
e assim a ciência é afastada.

...................

Não rasgue as minhas asas, criança malvada!
Tenho muito o que fazer
e meu tempo é curto!
Se me deixei pousar em sua mão
Foi menos por confiança
Do que pelo cansaço,
Por isso:
- Tire agora as mãos das minhas confiáveis asas!
Já é hora de voar!




lavanda




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