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sexta-feira, 16 de junho de 2017

A poesia na Caixa de Abelhas

Continuando as postagens sobre a literatura que brota dos meus arredores em terras piauienses, trago a poesia da querida Lara Matos.


No dia a dia, Lara disfarça-se de advogada, mas seu super poder vai além do conhecimento das leis que ela domina. A poesia brinca ao redor de Larinha desde sempre. Meticulosa, veio desde criança ensaiando leituras e estudos para a prática poética que vai surgir em forma de blog, que depois se espraia por redes sociais e outros sites que a poeta colabora. A origem de tudo está no "Caixa de Abelhas" (clique aqui) , que você pode encontrar atualizado também no facebook (clique aqui). Além das poesias, você vai poder apreciar as ilustrações feitas por ela, nas quais seus versos também se encaixam.

Leitora voraz de literatura, Matos ainda contribui com a Revista Polén (clique aqui), além de participar de grupos de difusão literária, tanto pelo meio virtual, colaborando em traduções, como pessoalmente, participando de grupos de leitura, dando palestras, entrevistas e escrevendo resenhas. Nesse último caso, eventualmente atua junto com as participantes do Coletivo Leituras, do qual fazem parte outras escritoras, como a Ananda Sampaio, que já trouxemos aqui em outra postagem, a Laís Romero e a Eulália Teixeira.

Abaixo, podemos conferir três versos que nossa autora nos enviou especialmente para o blog do passarim azul. Em seguida, poema e breve entrevista da Lara Matos para a Revista Estrago. Por último, um vídeo maravilhoso dela declamando um poema para o Reverbera, do lindo do Marcelino Freire. Um presentão para nós. <3



A entrevista: https://revistaestrago.wordpress.com/2017/02/07/busca-em-caixa-de-abelhas-2/

 E o poema declamado: "Mapas"

terça-feira, 10 de setembro de 2019

Cynthia Osório: entrevista




A Cynthia já apareceu aqui antes com sua poesia, mas agora fiquei com vontade de ouvi-la em uma entrevista e fiquei muito contente em saber que ela me concederia essa honra. É uma conversa importante para quem escreve, para mulheres que escrevem e também para quem de alguma maneira encarna algum marcador social que se sobressai nas relações sociais. Eu gostei bastante, espero que vocês curtam as respostas da nossa poeta convidada:

1.O modo como você se percebe influencia sua poesia? Como?

Total. Eu escrevo sobre o mundo que esta dentro de mim, ou ao menos, a partir dele. Então cabe aí muitas doses de mim mesma. Acho até que seja uma escrita imatura por isso, mas ela é  o que é. Não sei se te respondi.

2. Você entende a questão racial como um eixo que interfere na sua sensibilidade e vida criativa?

A questão racial é uma questão relativamente nova pra mim, estou em processo de descoberta  construção, aprendizagem de mim como mulher negra. Inconscientemente pode ter interferido já que, como disse antes,  falo muito sobre mim. Agora, nesse processo de conscientização, por assim dizer,  o que transparecer na minha escrita é/será intencional.  Então, interfere sim. A escrita pode ser uma ferramenta de luta antirracista, eu sinto a necessidade de construir em mim essa responsabilidade. E de maneira mais pessoal: escrever um instrumento de resistência ou re-existência num ambiente racista. Agora com sua pergunta reflito que quando/se o racismo me esgota mental e fisicamente, ainda assim, ele não me impede de criar, porque ainda que não saia uma poesia, por exemplo, eu escrevo. Escrever é criar.

3.Você pensa no Outro ou Outra que vai ler seu poema quando está escrevendo?

Quando escrevo pra que vejam eu elaboro mais, busco palavras. Outras vezes escrevo pra escrever, e acabo querendo que vejam, ou não. Quando faço essa escolha é sinal de que penso sim nas reações de quem lê.

4. Pretende publicar um livro físico? Quando?

Óbvio que já pensei e penso muito nisso, mas não é um peso nem uma urgência, não sei quando. O que sei é que vou escrever sempre. Confesso que a burocracia envolvida me intimida e até me cansa.

5. O que você acha que falta para a poesia feita por mulheres ser valorizada tanto quanto a do homem poeta no estado do Piauí?

Não sei se é apenas isso o que falta, mas iniciativas como clubes de leituras como o "Leia mulheres", publicações independentes como o zine "Desembucha, mulher!", por exemplo, são belas demonstrações de que só nós fazemos por nós mesmas, sem esperar aprovação ou apoio de homens, e dá certo. Claro, que se homens quiserem sair da sua zona de conforto e subverter a lógica  patriarcal etc ajuda, mas "homens, o que tenho a ver". É continuarmos a fazer como sabemos e podemos! 


6. Você tem algum conselho para dar a quem quer se aventurar pelo mundo da escrita, dos versos


Sugestão: escrever, ler, e olhar o mundo ao redor.



sexta-feira, 2 de setembro de 2016

A experiência de uma entrevista

Uma amiga querida me fez passar por uma experiência interessante: dar uma entrevista. Ela tem um blog e me enviou algumas perguntas por email e eu respondi. Gostei de me ver assim de modo objetivo e não como algo caótico, como me sinto muitas vezes. rs

Lá eu falo um pouco sobre mim. Como eu não fiz meu perfil no diário do passarim, cumpro essa falta por meio do blog dela.

Obviamente que a coisa não é tão narcisista. Lá falo um pouco da minha vivência e sala de aula, de Paulo Freire, de Feminismo e outras coisinhas que podem interessar, também.

Caso tenha interesse, cá está o link: http://www.inquietudes.com.br/2016/09/nayara-barros.htmlhttp://www.inquietudes.com.br/2016/09/nayara-barros.html

;)

segunda-feira, 15 de julho de 2019

Entrevista: Malamanhadas Podcast

Olá, pessoas bonitas! Eu pedi para as jovens mulheres maravilhosas que fazem o Podcast piauiense & feminista Malamanhadas que respondessem 5 perguntinhas, naquele formato bem bruto que vocês veem aqui, vez ou outra. Inclusive, querendo ler as demais entrevistas, é só clicar na tag entrevistas ali embaixo.

Vamos para as perguntas!

1. Por que um podcast?

O podcast é uma excelente plataforma de comunicação por ser fácil e prazerosa. Embora já tenha alguns anos de existência, só agora, nesses últimos anos, eu diria, ele vem em um crescimento de popularidade, principalmente no Brasil. Apontam, inclusive, que 2019 pode ser considerado o ano do podcast. São vários os porquês. Assim como o rádio, ele permite aguçar suas habilidades sensoriais e também de concentração somente na audição, de você interpretar e entender a mensagem sem precisar estar vendo quem está falando. Fora também o lado de construção de podcast, esse lado mais colaborativo. É claro que há pessoas que fazem tudo sozinha, mas o podcast também é uma forma de reunir pessoas e de debater temas e pontos de vistas. Além disso, ele permite que você vá montando um audio de acordo com o que você quer que saia, com a edição. Sem falar que para quem escuta, há essa mobilidade, visto que por ele permitir download, ou seja, a reprodução no modo off-line, isso faz com que você possa ouvir e levar o conteúdo para diversos lugares, algo que o rádio não possibilita.

2. Por que um podcast sobre feminismo no Piauí?

Porque temos muitos podcast feministas pelo Brasil, mas muitos das regiões sudeste e sul, que inclusive amamos vários e temos como referência. Mas muitos também não representam nossa realidade não só como mulher nordestina, como também de referências do dia-a-dia. Fomos mais para esse lado de trazer algo diferente tanto para o mercado como também para as pessoas da nossa região. O lado do slogan ser “seu podcast feminista piauiense” é um regionalismo que foi unanime para a construção da nossa marca. Assim como o nome, “Malamanhadas”, uma expressão regional. Mas não queremos que seja algo restrito somente para quem é piauiense, muito pelo contrário. O podcast é daqui, mas é para todo mundo ouvir. O que é válido é estar ocupando esses espaços.

3. Em um tempo em que parece que não há tempo para ouvir o outro, como vocês se entendem sendo construtoras de uma mídia que pede justamente a escuta?

É difícil e é um dos porquês lá da primeira pergunta. Porque você não quer ser escutado só pela bolha que concorda com você. Nós do Malamanhadas queremos estar dialogando com várias pessoas e que pensam diferente. O podcast te permite o poder da voz, da palavra. Ele de fato é segmentado também, então geralmente, a pessoa que escuta podcast ela busca aqueles que levantam temáticas que lhe interessa, ela quer ouvir o que ela concorda minimamente com as colocações daquele produto. Esse caráter de restringir parece um pouco falho nessa questão de você ouvir pontos diferentes, mas é um desafio. Primeiro de tudo, tem que ocupar esse espaço. Tem que tornar esse tipo de conteúdo disponível, precisamos falar sobre questões importantes como o feminismo. Porque já é difícil quebrar essas barreiras com informação séria, imagine sem, prevalecendo só canais e meios de inverdades.

4. Quais podcasts inspiraram vocês ou que vocês curtem e que indicariam aqui para mim?

Más Feministas, Maria Vai Com As Outras, Pretas na Rede e Olhares Podcast são nossas referências na questão feminista, mas existe uma hashtag #mulherespodcasters que você coloca lá no twitter e é só sucesso. Eu sinto saudades do Bumbumcast e do Grampos Vazados, que são mais nessa pegada do humor, mas eles tão meio que parados, mas vale a pena muito conferir os antigos episódios. Enquanto eles não voltam, temos o Potocas Podcast, Filhos da Grávida de Taubaté e o Decrépitos Podcast. Gosto muito muito muito do Esquizofrenoias, Anticast e Revolushow.

Mas sempre que fazem essa pergunta pra gente, gostamos de citar essa hastag que falamos acima, e agora também acrescentamos uma lista feita pelas mulheres do Olhares: https://olharespodcast.com.br/200-podcasts-com-mulheres-podcasters/

(um parêntese para dizer que essa foi a primeira lista de indicação de podcast que aparecemos hahaha! Mas, muito além disso, essa é a lista mais completa que tem muita dicas incríveis!)

5. Quem vocês gostariam de convidar para um podcast de vocês e que seria aquela coroação do trabalho que realizam?

Qualquer integrante do Bumbumcast, principalmente a Hell Havani. A Branca Vianna do Maria Vai Com as Outras. As meninas do Más Feministas. A Eliane Brum, jornalista incrível. E a Rihanna, porque seria incrível conversar com a Rihanna em qualquer hipótese e gravar esse encontro. Seria mais legal ainda se eu soubesse inglês.


Respostas feitas por Ananda Omati, idealizadora e integrante do Malamanhadas, e Aldenora Cavalcante, integrante do projeto.

Interface do site do podcast (um desenho de uma jogadora de futebol negra com cabelos longos)

segunda-feira, 27 de julho de 2020

Entrevista: Sérgia A.


E vamos a mais uma entrevista com uma escritora que gosto e que venho aqui compartilhar com vocês! A suavíssima e inspiradora Sérgia A, cujo lançamento do livro terminou sendo o último evento público do qual participei antes de entrarmos todos em quarentena: 


1. Sérgia A. você gostaria de se apresentar para as felizes leitoras, os felizes leitores que aqui aportarem?

R. Olá. Sou escritora... sou escritora... (digo isso como mantra porque foi um custo enorme me assumir como tal), mestra em Letras/Literatura, algumas palavras soltas por aí em Coletâneas e Antologias diversas, plataformas e revistas literárias, revistas acadêmicas  e dois livros em voo solo: Quatro Contos (editora Quimera, 2018)  e Adejo [poemas] (editora Venas Abiertas, 2019).

2. Cheguei a você por meio dos seus ensaios no blog da Revestrés e depois pelo seu último livro "Adejo", com lançamento imediatamente antes da quarentena, no Sebo Papiro. Fiquei encantada pelas imagens que você elabora com tanta sutileza, um adejo das asas de um passarinho. Você prefere a poesia mais sutil, que aquela que esbraveja? Ou vê caminhos em ambas?

R. Obrigada pela leitura. Penso que a arte exige sensibilidade para perceber detalhes em acontecimentos cotidianos e sutileza para reproduzir, mais insinuando do que dizendo, deixando espaço para o percurso do leitor. Ainda assim, a poesia que esbraveja tem o seu momento e, talvez, seu valor esteja exatamente na capacidade de perceber o momento.
O Adejo, pelo formato, exigiu a seleção de poemas curtos que evidenciam o que você percebeu como sutileza.

3. Você acredita que a formação acadêmica mais ajuda ou atrapalha a poesia? Ela não criaria um excesso de regras que podem prejudicar o ato criativo? Falo isso porque no meu caso eu sinto que preciso desmontar várias autoridades internalizadas para testar algumas coisas na escrita que combinam mais com o que gosto de criar- e eu nem sou das Letras, rs. Como acontece seu ato criativo?

R. É interessante isso. Muitas pessoas consideram que a academia engessa. Muitos chegam a dizer: quer escrever? não estude Letras. Para mim foi uma necessidade de autoafirmação. Precisei estudar autores e teorias, trilhar um caminho acadêmico que me oferecesse uma âncora. Como se eu precisasse de validação. Essa âncora fica lá no fundo mesmo, não emerge para intervir na criação. Mas essa é a minha história pessoal, que é carregada de nãos.  
Quanto ao ato criativo, eu não tenho um método. É meio caótico. Sempre se inicia por algo ou situação inesperada que me prende a atenção e faz surgir uma ideia. É um espanto mesmo diante do mundo. Dessa pequena semente, às vezes apenas palavras soltas ou pequenas anotações, nasce um poema, um conto, um texto trabalhado por horas, por dias ou por meses se o tema exigir uma pesquisa, por exemplo.

4. Existem versos em alguns dos seus poemas que se percebe algum engajamento em questões sociais graves do mundo (Assim Falou Caetano: II. Sobre a vida secreta das flores). Não parece ser seu tema recorrente, mas me parece bem evidente que isso não te passa batido como poeta. Como você encara escritores que fazem do seu trabalho uma negação completa dos conflitos do tempo que vivem?

R. Acho que cada um tem o seu caminho, e eu não devo julgar escolhas individuais. Quanto a mim, considero que não escapamos do fato de sermos seres sociais por natureza. Aprendemos a viver em grupo, tribo, sociedade. Tudo que nos cerca nos afeta. Tudo é política. Até a escolha de parecer apolítico. Minha escrita nasce da observação, portanto do tempo e do espaço ao meu redor.

5. Por fim, você pode dizer quais autoras e autores anda gostando de ler ultimamente ou cantoras e cantores que tem ouvido? E o que tem tocado a alma da poeta?

R. Gosto de diversificar as minhas leituras. Para citar alguns contemporâneos que me tocaram ultimamente: a indiana Arundhati Roy (O Ministério da felicidade absoluta), o americano Michael Cunningham (As horas, Uma casa no fim do mundo), o brasileiro Caio Fernando Abreu (contos completos), a canadense Alice Munro (contos)  a nigeriana Chimmanda Adichie (Americanah, Metade de um sol amarelo), a brasileira Maria Valéria Rezende (Outros Cantos, Vasto Mundo),  o angolano/português Valter Hugo Mãe (A Desumanização, Homens imprudentemente poéticos), poetas como Maya Angelou, Adélia Prado, Jussara Salazar, Tito Leite, Adriano Lobão, Nayara Fernandes e Manoel de Barros (sempre).
Quando cito, fico mal. Achando que cometi uma enorme injustiça... por isso a lista fica sem fim.
E ainda tem os clássicos, a quem volto sempre: Tolstoi, Gabriel Garcia Márquez,  Clarice Lispector, Cecília Meireles, Carlos Drummond, E.E. Cummings, Shakespeare, Faulkner, Fernando Pessoa, Florbela Espanca.
Gosto também de autores de outras áreas, como Ailton Krenak, Yuval Noah Harari, Marcelo Gleiser, Antônio Damásio.

Sobre música, gosto de blues e, como muitos da minha geração, escutei muito pop/rock. Mas a minha alma é mais tocada  por vozes marcantes como a da canadense Loreena Mckennitt, e pela música instrumental do cubano Rubén González e do jovem brasileiro Amaro Freitas (que fez clips belíssimos de um encontro com Milton Nascimento e Criolo)

Obrigada pela oportunidade de conversar com você! É sempre um prazer falar de literatura.


O prazer é todo meu, Sérgia A! Que venham novos adejos pela frente! 🐤🌈

Sérgia na varanda do apartamento com um sorriso


Assim Falou Caetano

II – Sobre a vida secreta das flores

elas seguem assim poderosas
sob o sol de quase setembro
ainda que nos portais
a luz se reparta em crimes
atentados terroristas
ameaça de guerras
ou charlottesvilles
há monalysas bonitas
alegria… alegria…





quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Poesia de chão e de luz vinda do coração de Itabira

Hoje a postagem é daquelas bonitas, por conta da convidada. Retomando as sugestões de mulheres escritoras em postagens especiais que fiz ano passado, abro o ano de 2018 agora com a proposta um pouco mais ampla, de modo que acolha as muitas possibilidade de criação e arte. É por isso que trago um pouquinho da agradável descoberta que foi pra mim conhecer a arte da Denise Mot. Tive a alegria de ser professora dela uns anos atrás e aquela jovem inteligente e de respostas criativas e sensíveis na aula de filosofia, reaparece na minha vida mostrando um pouco dos seus desenhos de sombra e luz na fotografia. Particularmente eu aprecio o gosto que Denise tem pela miudeza e então pedi esse reencontro por aqui, porque achei que muita gente que dá uma olhada no DCPA, ia saber parar para apreciar sua obra. Segue uma breve entrevista com nossa convidada:



 Quando você começou a fotografar? O que despertou a vontade de trabalhar com fotografia? 
Foi em 2011, aos meus 19 anos na cidade que morava, Itabira-MG. Inicialmente o que me despertou vontade de fotografar foi o meu gosto por fotos e músicas de bandas de rock na minha adolescência. Era algo que me fascinava muito. Além disso, pirava muito nos eventos culturais que aconteciam (e ainda acontecem) na cidade, especialmente o Festival de Inverno. A partir disso, fiz trabalhos fotográficos de shows de banda de rock e eventos culturais que foram publicados em jornais, sites da cidade e outras mídias. Hoje, meu foco de trabalho não é mais nessa área, depois que comecei a cursar Letras Português na UFPI, me apaixonei pelo curso. Sendo assim, o que me desperta vontade de fotografar, atualmente, é uma paixão que tenho pela estética das coisas inanimadas e suas (re)significações, muito influenciada pelas coisas que aprendi e aprendo sobre poesia no curso.
E a poesia, quando você começou a criar poesia a partir das suas fotos? 
Foi em 2016, aprendendo e conhecendo no curso, as funções da literatura, especialmente as da poesia, não se referindo somente ao texto escrito, mas da poesia como essência de toda manifestação artística, que no meu ponto de vista, seria basicamente, buscar a beleza das coisas mesmo onde ela não existe e/ou é percebida. Ou seja, usando as palavras da fotógrafa Diane Arbus “há coisas que ninguém veria se eu não as fotografasse.”

Chegou a trabalhar (ou ainda trabalha) com outra coisa além de fotografia? O quê?
Sim trabalhei 2 anos em uma contabilidade na cidade de Itabira, mas hoje apenas estudo Letras Português e fotografo diariamente.




Fez algum curso ou aprendeu a fotografar sozinha?
Infelizmente ainda não fiz nenhum curso, aprendi a fotografar com amigos amantes da fotografia, vídeos e textos tutoriais na internet, livros, revistas e uns experimentos inusitados que gosto de fazer sozinha.
Qual equipamento você usa?
A poesia, um celular Samsung J2 prime e uma câmera Canon T3.

O que você mais curte fotografar?
Gosto de fotografar muitas coisas... é difícil escolher, mas como disse, tenho uma paixão em fotografar a estética das coisas inanimadas.
Eu acompanho suas postagens no instagram e percebo a construção de um certo conceito próprio, você gostaria de falar um pouco dos seus projetos de fotografia? 
Sim, foi a minha paixão que disse anteriormente. No momento não consigo falar sobre projetos, tenho vontade de fazer tantas coisas que ainda não consegui organizar as minhas ideias. A fotografia pra mim é uma necessidade orgânica. Eu não consigo mais ficar sem fotografar. Ela me dá muito sentido de existência.
Se a gente ainda pode falar de influência, quais seriam as do seu trabalho?
Tenho influências tanto de fotógrafos quanto de poesia e música. Na poesia destaca-se Drummond, Manuel de Barros (sic), Clarice Lispector, Fernando Pessoa e Hilda Hilst. Na música, a banda Jennifer Lo-Fi, Medulla e o Vinícius Calderoni. E por fim na fotografia, destacam-se dois mineiros, o grandioso Sebastião Salgado e o Matheus Sena, e o paulista César Ovalle.
"Sobre esse chão. Tem mais vida. De-mais horror. Amor." 9 de setembro de 2013

Você é jovem e mulher, se sente intimidada nos espaços que procura para apresentar seu trabalho? Se sim, como lida com isso?
Não me sinto.
Você acha que é importante termos mais mulheres trabalhando com fotografia no Brasil? Se sim, quer falar um pouco para a gente sobre? Tem sugestão do trabalho de mulheres fotógrafas?
Com absoluta certeza, porque as minhas influências na fotografia são todas de homens. Infelizmente eu não tive a oportunidade ainda de conhecer mulheres fotografas com o estilo que gosto de fotografar :(


 Aqui o instagram da Denise: https://www.instagram.com/denise.mot/
E aqui o site onde estou aprendendo a perguntar para fotógrafas:

quinta-feira, 8 de setembro de 2022

Livros Leves: lista amiga II

 Essa é a mostrar a segunda parte da lista de livros leves sugeridos por minha amiga Heci Candiani. A primeira parte você pode encontrar aqui. Vamos lá, que aqui tem mais preciosidades!

1. Breve história de um pequeno amor: 💕

capa do livro de marina colasanti- desenho de uma mulher  só em lineart e uns ramos de plantinhas e passarinho
A capa mais bonita é da versão em espanhol

    E este livro da Marina Colasanti ficou para esta segunda parte da lista. A beleza da capa da edição colombiana, fica por conta da  ilustração de Elizabeth Builes. Dentro, a arte combina muito bem com a intenção do livro, retratando com suavidade suas duas personagens principais: a autora e uma pomba. Fiquei sabendo que é um livro sobre o amor.💓

    Mas há também a edição em português sendo vendida em sites especializados. Em um deles, achei e recortei um trecho da resenha:

    "Nessa obra, a autora narra sua relação com um frágil pombo recém-nascido e o desafio de experimentar o ciúme, a aflição, o medo, a saudade, a alegria, a preocupação e tantos outros sentimentos que só tocam aqueles que ousam amar o outro. E o leitor, por meio da prosa poética e sensível de Marina, também descobre-se enamorado do pequeno pombo, torcendo - como ela - para que ele cresça o bastante para tornar-se independente, mas que esteja sempre por perto - ainda que na apenas na lembrança de uma linda história que, certo dia, pediu para ser contada."
 
2. Fala, Amendoeira: 🌳

capa do livro fala, amendoeira de carlos drummond de anrade


    Em Fala, Amendoeira, temos algumas crônicas de Carlos Drummond de Andrade, que é sempre uma boa pedida: seja porque escreve bem e bonito, seja pela perspicácia do olhar (muito conteúdo, além da forma, envelheceu bem, segundo dizem os jovens hoje).
    Sobre a obra, um comentário vindo da Estante Virtual, risos, com a finalidade de mostrar também que essa joia pode ser adquirida por um ótimo preço, (até esse momento, R$ 4,64):

"Fala, amendoeira é uma reunião de 44 crônicas originalmente publicadas no jornal Correio da Manhã, em que o poeta mantinha uma coluna desde 1954. Em texto introdutório, Drummond escreve na abertura uma espécie de tratado do gênero: “Este ofício de rabiscar sobre as coisas do tempo exige que prestemos alguma atenção à natureza — essa natureza que não presta atenção em nós. Abrindo a janela matinal, o cronista reparou no firmamento, que seria de uma safira impecável se não houvesse a longa barra de névoa a toldar a linha entre o céu e o chão — nevoa baixa e seca, hostil aos aviões. [...]”. Porque a crônica vive em grande parte desses contrastes, daquilo que poderia ter sido (antigamente, num tempo ameno, na infância do autor, numa era de ouro) e aquilo que de fato é (a vida em cidades que crescem e se transformam desordenadamente, o próprio envelhecimento do autor, as atordoantes mudanças de costumes a cada passagem de geração)."



3. Por parte de pai:✏👴

fotos antigas e amarelada de um álbum de família
Publicado em 1995, com 76 páginas.

 Por parte de Pai é o livro de memórias, de Bartolomeu Campos de Queirós, mas poderia também ser um romance de formação. Não é um livro grande, 76 páginas e achei muito interessantes as diferentes opiniões sobre o texto nos comentários do site Skoob, é só clicar no link. 

Mas se você quiser uma resenha menos informal, aqui uma encontrada no site da amazon, onde o livro pode ser adquirido: 

"Resenha especializada A Taba:

Este é um livro de memórias da infância de Bartolomeu Campos Queirós (1944-212). Com a linguagem poética e sensível que caracteriza o estilo do autor, um menino conta o tempo em que viveu com os avós, na rua da Paciência, numa cidade do interior. É o olhar do avô Joaquim, pai de seu pai, que o menino tenta reavivar, mas é também o seu olhar que é buscado com tudo o que ele não compreendia ou com seu entendimento concreto das metáforas, dos provérbios e das falas que os adultos deixavam subentendidas. O avô era um homem especial que escrevia as histórias de família, de casa e da vizinhança, seus pensamentos e aforismos nas paredes de sua residência. Enquanto o avô escrevia, o neto imaginava e se perguntava a partir dos seus escritos. Este é um relato comovente, íntimo, cheio de pequenos silêncios e graças sobre a cumplicidade e a solidão que perpassam as gerações."


4.O menino no espelho:🔍👦
Capa sem ilustração, o sobrenome do autor bem grande, se destaca

O livro traz capítulos quase contos que levam leitores juntinhos de volta à infância. Não só as grandes livrarias, mas muitos blogs voltados para os mais jovens, trazem o livro em suas páginas de sugestões. O blog A Taba, aposta na obra e é de lá que veio a resenha escolhida: 

"O menino no espelho, de Fernando Sabino, narra as aventuras e fantasias da infância do escritor em Belo Horizonte. Ilustrado por Carlos Scliar, o romance é recheado de cenas prodigiosas, a começar pelo primeiro capítulo, quando o narrador relata como conseguiu livrar a galinha de estimação de se tornar o almoço de domingo. Dono de uma imaginação criativa, o garoto é estimulado pelos acontecimentos ao redor e levado às mais atrevidas brincadeiras. Certa vez, após assistir ao filme no cinema, ele deseja realizar vários milagres a exemplo do ator da história. Assim, é capaz de se tornar invisível e assustar os adultos da casa. Também é por um milagre que consegue interagir com os heróis preferidos, como Tarzan e as personagens do Sítio do Pica-Pau Amarelo. Mas nem todas as travessuras são bem sucedidas e algumas confusões acabam acontecendo, como a investigação da qual participa: a invasão da casa abandonada pela sociedade secreta Olho de Gato. Ora com humor, ora com poesia, a obra transporta o leitor aos momentos mais deliciosos da infância."


5. Durante aquele estranho chá:🍵


Durante Aquele Estranho Chá, Lygia Fagundes Telles

    Nestes fragmentos de memórias, Lygia Fagundes Telles passa a limpo momentos decisivos de sua formação literária e humana. Encontros com personalidades se entremeiam com reflexões sobre o ofício do escritor e a condição da mulher no mundo contemporâneo. Posfácio de Alberto da Costa e Silva.

    Aqui, Lygia Fagundes Telles compartilha conosco um tanto da sua biografia, devidamente refletida, especialmente no que diz respeito ao ato de escrever, o ser mulher e mesmo os encontros marcantes que aconteceram. O posfácio da edição que aparece na imagem, ficou por conta de Alberto da Costa e Silva (por acaso filho de um dos poetas piauienses que me formou, rs).

    A respeito dos encontros importantes, o resenha da editora (a Companhia das Letras), destaca nomes de pouco vulto (ironia). Já pode colocar aí no seu carrinho de compra:

“Das conversas com Simone de Beauvoir e Jean-Paul Sartre às visitas a Jorge Amado e Zélia Gattai, da amizade com Hilda Hilst a um estranho diálogo com Jorge Luis Borges, passando por uma entrevista concedida à amiga Clarice Lispector, a autora passa em revista momentos que enriqueceram sua sensibilidade artística e sua visão de mundo.”

    Os preços variam de R$ 52,90, R$ 33,90, R$ 8,00 (!!!), mas esse tem uma capa diferente, heim!




6. Senhor Augustin:👞🎅🌂

Como último livro da linda lista que Heci nos presenteou, vem o Senhor Augustin, de Ingo Schulze, publicado pela bela e extinta Cosac Naif. Um livro para os pequenos, mas que pode sim encher o coração de qualquer uma e qualquer um. Fiquei feliz em saber que o autor nos leva a prestar atenção no processo de envelhecimento, a partir do jeitinho peculiar do Senhor Augustin. O livro pode ser encontrado em livrarias e em sebos, inclusive on-line. Segue a resenha que encontrei em um volume na Estante Virtual.

"Ingo Schulze é mais um exemplo de autor consagrado que também escreve obras primorosas para os pequenos leitores. Neste livro, ele utiliza toda sua habilidade literária para abordar o tema da velhice, contando a história de um personagem bem inusitado: o senhor Augustin, que com o seu inseparável chapéu às vezes confunde o guarda-chuva com o cabo da vassoura, usa um sapato diferente em cada pé e acaba sendo motivo de chacota das crianças. Com texto sutil e irônico, Schulze demonstra como pode ser muito solitário envelhecer, se não houver solidariedade e consideração dos mais jovens. As alegres ilustrações de Julia Penndorf, combinam cores vibrantes com colagens de diferentes tipos de papéis. A edição brasileira traz dois textos escritos especialmente para o volume: uma carta inédita do autor que revela como surgiu a ideia para o livro e a quarta capa Thiago de Mello, que se emocionou com a história de Schulz."


Ps. Apesar dos links que coloco, eu não ganho nada com a divulgação. Se fosse o caso, eu avisaria antes.





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